Shannon Lee Miller

Shannon Miller nasceu em 10 de março de 1977 em Rolla, atualmente reside em Edmond, Oklahoma, EUA, tem um irmão e uma irmã. Shannon começou na ginástica em 82 e seu técnico, Steve Nuno, é tão controvertido quanto Bella Karolyi.

É impossível falar de Shannon Miller e não lembrar de Barcelona 92, quando ela e a Ucraniana Tatiana Gutsu, fizeram a maior disputa do Individual geral, de todos os tempos: Shannon ficou a 0,012 pontos do ouro olímpico. A menor diferença que já existiu.

Naquela Olimpíada, o mundo voltava seus olhos para Kim Zmeskal, a primeira campeã mundial americana. Mas durante a competição por equipes, Kim não foi bem, enquanto Shannon, a ginasta mais bem preparada da equipe chamou a atenção de todos: era a americana mais bem classificada. Todos esperavam que fosse Kim, mas foi Shannon quem brigou por medalhas. A prata da disputa do Individual Geral(AA) teve sabor de ouro, pois era a melhor classificação de uma americana em uma olimpiada, sua média foi maior que Mary Lou Retton, vencedora do Individual Geral das Olimpíadas de Los Angeles - 84. Lá, Mary Lou não competiu com as Soviéticas, devido ao boicote. Em Barcelona, Shannon e Lavinia Milosovici(3ª na final do individual geral) foram as únicas ginastas a se classificar para a final em todos os aparelhos.

Shannon, na final do AA fez o melhor salto sobre cavalo de toda a competição, mas na final por aparelhos, não foi muito bem. Na final das barras ficou com o bronze, na final da trave foi prata, empatada com Lu Li, e na final do solo foi bronze junto com Bontas da Romênia, e Gutsu. Total: 5 medalhas, nenhuma americana havia conseguido tal feito.

Os anos seguintes foram bem prósperos, venceu o mundial de 93, depois da queda da compatriota Dominique Dawes no último salto, e venceu mais dois eventos finais, barras e solo. Em 94 foi bicampeã mundial, título inédito para uma americana, e ainda levou o ouro da trave. Em 95 foi campeã nos jogos Pan Americanos ( título esse em que Luisa Parente já alcançou). Mas o Mundial de 95 guardava uma surpresa, uma má atuação a deixou de fora do quadro de medalhas. Aquele era o ano de Liliya Podkopayeva, Svetlana Khorkhina,Gina Gogean, Mo Huilan,Ludivine Furnon e Dominique Moceanu dos EUA.

Nos EUA, os olhos começavam a se voltavar para Dominique Moceanu, então com 13 anos, a mais jovem ginasta a vencer o US National, a única ginasta americana a ganhar medalha no Mundial de 95, e a nova pupila de Bela Karolyi. E um certo ar de melancolia alcançou Shannon que pensou em se retirar. Graças ao incentivo de Steve que a fez ver que ela poderia tentar Atlanta antes de pensar em uma retirada que em 96 Shannon deu a volta por cima; uma fratura por stress deixou Moceanu pouco competitiva, e Shannon dominou todo o Coca Cola National Champions, mas uma pequena lesão a deixou de fora do US National. Dominique Dawes venceu a competição mas como não alcançou a média de Shan ficou em 2ª na classificação nacional. Estava formado o Magnificent Seven:

Shannon Miller(19), Dominique Dawes(19), Dominique Moceanu(14), Kerry Strug(18), Jacye Phelps(16), Amanda Borden(18) e Amy Chow(18). A melhor equipe que os EUA já teve. A experiência ajudou a vencer a competição por equipes das Olimpíadas de Atlanta - 96.

Em Atlanta, Shannon deu a volta por cima e novamente classificou-se em 1º nas séries obrigatórias. Nas livres, alguns tropeços como no solo, mais ainda sim na 1ª posição da equipe.

O ouro inédito na disputa por equipes era um sinal de que ainda era possível lutar pelo ouro perdido em Barcelona. A final do Individual Geral foi dolorosa,Shan depois do exercício da trave passara a 1ª posição, mas com o erro no solo, mais uma vez o ouro lhe escapuliu. Final, 8ª posição, ainda assim a melhor posição entre as americanas.

Shan, devido a fratura de Kerry naquele famoso salto, era a primeira reserva da equipe.O primeiro salto foi bom, mas o segundo, a mão machucada escorregou quando tocou no cavalo, e ela não conseguiu impulso suficiente para fazer o corpo subir e pousar em pé, acabou caindo sentada. Mais lágrimas, para falar a verdade, eu nunca vi Shannon tão frágil , a cobrança era muito grande, mas ela não rendia o que era esperado.

No último dia de competição, era difícil prever o que se podia acontecer. Liliya era a campeã Européia, tinha Rosa Galyeva, Dina e Gina. Era quase impossível prever uma medalha. Mas Shannon foi a mais perfeita naquele grupo, ela que um mês antes, no Coca Cola National tinha caido da trave, desequilibrado várias vezes, estava tão segura do que fazia que recebeu nota 9.862. Se não fosse ouro, talvez ela nem ligasse, mas uma a uma suas adversárias foram saindo, faltava somente Rosa, mas esta caiu e garantiu o ouro para Shan, a tão sonhada medalha de ouro individual.

Desde então, Shannon, que até na internet vinha perdendo seu espaço ( cheguei a ter dificuldade de encontrar páginas sobre ela), voltou a ser notícia, griffe de roupa, visitas a vários programas, apresentações..... Venceu o Resee's Cup de 97 com nota 10. Esteve no John Hancock Tour de 97, e muito mais..... Ainda posso lembrar da menina franzina que fazia a final da trave do US National de 90: uma execução perfeita até que na saida da trave em um mortal carpado, caiu sentada. Tinha 13 anos, e já era apontada como uma da melhores naquele aparelho.

O engraçado é que, de todas as ginastas que foram a Bracelona , somente ela, Lavinia Milosovici e Gina Gogean voltaram com medalhas individuais de Atlanta. Sinal que os tempos estão mudando, pois a três, com 19 anos, provaram que a experiência é a alma do negócio.

Depois da vitória no Resses's Cup de 98 Shannon, que surgiu com um visual novo ( alisou o cabelo e fez plástica no nariz) deixou a ginástica de lado, um pouco, o seu livro "Winnig Every Day" foi lançado, e merecia atenção especial. Shannon correu o país fazendo a divulgação desse livro que é mais do que uma biografia, é um livro que visa aincentivar e aajudar os jovens ginastas em início de carreira. Por conta dele Shan ficou de fora do Rock 'n Roll Gymnastics, mas não pense que ela se retirou, pelo contrário, quando consegue um tempinho, ela volta a Oklahoma para treinar.

Por falar em Oklahoma, no início do ano de 98 Shannon teve uma estátua em sua homenagem inaugurada, e mais, foi o pivor de uma briga entre a comunidade estudantil e as autoridades qundo esta última tentou homenageá-la trocando o nome de uma das principais avenidas da capital para Avenida Shannon Miller.

Em 27 de setembro de 98, Shannon que já foi perseguida por um colega de universidade que insistia em ser amigo dela, chegando a persegui-la em todos os lugares em que ia( mas que já foi julgado e encontra-se preso) ficou noiva do estudante de medicina Chris B. Phillips. Os dois se conheceram durante uma visita dela à escola de medicina onde ele estuda e faz estágio. O casório está previsto para o verão( americano) de 99.

 

Todas as fotos foram cedidas por Ron Kennedy. 1ª e 2ª - Resee's Cup 97, 3ª sessão de autografos - 97, última John hancock Tour - nov/97

Resultados:

( AA - individual geral; V - salto; UB - barras; BB - trave; FX - solo)

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