Assuntos Técnicos sobre Warbird´s:



Voando Torpedeiros


Histórico

Os aviões torpedeiros foram, durante a Segunda  Guerra  Mundial,  responsáveis  por  uma  parte extremamente importante dos ataques efetuados as diversas frotas de várias nações. O conceito do avião torpedeiro como  arma  data  já  da  Primeira  Guerra  Mundial,  quando  aconteceram  os primeiros disparos experimentais, feitos de Hidroaviões biplanos contra velhas carcaças de vasos de guerra.

No início da Segunda Guerra, uma ação feita  pela  Marinha  Britânica  contra  o  porto  italiano  de Taranto chama a atenção do mundo para este tipo de  ataque.  Utilizando  os  obsoletos  biplanos Swordfish armados com torpedos decolando  do  HMS  Illustrious,  os  britânicos  afundaram  nas amaras 3 potentes encouraçados, o Littorio (fora de ação por 6 meses), o Duilio ( fora de ação por 8 meses) e o Conde di Cavour (perda total).

O mesmo HMS Illustrious quase encontrou seu fim quando o Fliegerkrops  X,  força  especial   de  Ju 87 Stukas,   o   encontrou  a  55  milhas  de  Malta.  Aviões  torpedeiros  italianos e  Stukas  das Stukageschwader 1 e 2 quase o puseram a pique.

Aviões torpedeiros Swordfish também ajudaram a afundar o Bismarck, mais moderno e poderoso encouraçado do mundo nas águas do ocidente, quando da sua fuga através  do  Atlântico  Norte, lançando   seus   " peixes "  e  atingindo  o  leme  do  poderoso  navio,  retardando  sua  marcha  o suficiente para que os encouraçados britânicos o alcançassem.

Posteriormente,  com  uma   força   de  6   grandes   Porta   Aviões   de   esquadra,   os   japoneses atravessaram   mais  de  4.000  milhas  náuticas  no  norte  do  pacífico  para  atacar  Pearl  Harbor. Utilizaram   mais   de  350  aviões  em  um  ataque  fulminante.  Os  torpedeiros  foram  diretamente responsáveis pelo afundamento de 4 couraçados, e mais 3 navios menores. Os bombardeiros em picada afundaram mais 2 couraçados, que já tinham sido danificados pelos torpedeiros  e  outros navios menores, num golpe quase fatal a frota americana no Pacífico.

No Warbirds temos a condição de  recriar  essas  batalhas  históricas,  através  de  4  aviões,  que estão habilitados a levar  torpedos. 2  são  monomotores  famosos,  que  atuaram  o  pacífico.  Os outros dois são bimotores, também usados para bombardeio de nível, um atuando no  pacífico  e outro no atlântico.

O  Nakajima  B5N  Kate  era  um  monomotor  japonês  embarcado  em  Porta Aviões.  Levava  um torpedo e 3 tripulantes.

TBF  Avenger  era  um  monomotor americano embarcado. Levava uma carga de um torpedo e 3 tripulantes.

O Missubishi G4M Betty era um grande bombardeiro bimotor de múltiplo uso. Levava uma carga de 1 torpedo e 6 tripulantes.

Junkers Ju 88 era também um grande bombardeiro bimotor de múltiplo uso. Levava uma carga de dois torpedos e 4 tripulantes.


 
Técnica

1 - Aproximação. Escolher a melhor rota e forma de ataque é fundamental  para  obter  sucesso com torpedeiros. Eles voam em um "envelope" muito restrito, tendo que obedecer regras de velocidade e altitude estreitas, que os tornam muitas vezes alvos fáceis para uma cobertura de caça bem posicionada.


A rota ideal é a aproximação pela lateral  da  frota  atacada, em um ângulo entre os 45  e  90   graus,  em  baixa  altitude para evitar ser detectado pelo  radar  inimigo,  ou  ter  seus ícones identificáveis pela aviação embarcada. 

No  quadro  ao  lado  temos  um  exemplo  de  uma rota  de aproximação a 45 graus da frota atacada. 

É interessante notar que, no avião torpedeiro real, existiam miras específicas para o tiro com  alça  de  mira  deslocada ( linha em verde )  que  permitiam  uma  melhor  solução  de tiro,   com   um   lançamento   do  torpedo  para  a  "posição futura "  do  navio  alvo.  As  Rotas  do  torpedo  e  da  frota  em   vermelho,  mostrando  que  o   peixe  " intercepta "  os navios na posição futura. Em roxo, o momento do impacto. Em azul a guinada para o lado com rota de fulga.

Ao piloto, a imagem aparece como na reprodução abaixo do cockpit de um B5N2 Kate. Veja que se mira bem a frente do alvo, com o navio colocado na cruz vermelha dessa mira especialmente desenvolvida para bombardeiros de torpedo.

2 - Disparo.   Atire   o   mais   próximo  possível  que  as  AAA  de  defesa  dos  navios  permitirem. Lembre-se, o objetivo é sair vivo dessa empreitada ;-)

3 - Velocidade. Mantenha-a sempre  abaixo  de  300 Km/h  no  marcador  ( 170  Mph  para  o  TBF ). Velocidades mais altas que isso fazem o torpedo explodir ao impacto com a água. Trothle a 50 % é recomendável.

4 - Altitude. Manter a altitude sempre abaixo de 200 pés. Altitudes mais elevadas também fazem o torpedo explodir ao impacto com a água.

Existem miras especiais  para  torpedo.  O  Iran  e  eu  desenvolvemos  uma  dessas  miras,  e  eu customizei para uso em 1024, mas você mesmo pode acrescentar uma marcação para torpedos em sua mira padrão do Warbirds.


 

Foi desenvolvida com base na mira  original  que  era  usada  pela  IJN nos  Nakajima  B5N2 Kate  e nos Aichi D3A Val.

Serve  para  os  bombardeios  em  picada  do  D3A  Val  e  B5N2  Kate,  utilizando-se  da  régua de marcação, e lançamento de torpedos dos B5N2 Kate, usando-se a mira deslocada.

No caso de bombardeiro em picada as marcações abaixo da linha central são  usadas,  com  uma régua onde você encaixa a mira de bombas de acordo com o ângulo de mergulho. Quanto menos acentuadoo ângulo, mais para baixo, quanto mais acentuado, mais para cima.


 
 

Para torpedos, a mira real  tinha  um  controle   de   ângulos, como   vemos na foto ao lado, que era ajustado de acordo com a forma  e ângulo de abordagem a frota atacada. Esse  controle  não  poderia ser recriado da forma  como era usado, deslocando-se a mira pelo carro de ângulos até achar a solução ideal de  tiro.  Então  criamos uma"mira deslocada" fixa, que fica em aproximadamente 45graus. Notem que existe uma marca de + no canto  esquerdo  do  cockpit do Kate(figura abaixo). É a nossa mira deslocada.  Deve-se  vir  em um ângulo entre 90 e 45 graus da linha de  direção  da  frota,  então gira-se o avião até enquadrar a alça de mira deslocada  para lançar o torpedo, curvando depois rapidamente para o lado, para escapar das AAA.

Para  colocar-se  as  marcas,  adiciona-se  mais  4 linhas   ao   final   do   arquivo   defgst1.gst   ou defgst3.gst de suas miras padrão. No início desse arquivo existe um numero que corresponde a quantidade de linhas que ele contem.  Não  esqueçam  de  somar  mais  4  a  este  número,  ou  as linhas da mira deslocada não aparecerão. Dessa forma suas miras preferidas podem continuar a ser usadas, porém agora com marcações especiais para Lançamento de Torpedos.

Abaixo, como exemplo, uma mira padrão do WB com as marcações para torpedo acrescentadas:


 
Para 640 x 480 (defgst1.gst) Para 1024 x 768 (defgst3.gst)
8
5,0,20,0
0,5,0,20
-5,0,-20,0
0,-5,0,-20

190,0,200,0
195,10,195,-10
-190,0,-200,0
-195,10,-195,-10

8
10,0,45,0
0,10,0,45
-10,0,-45,0
0,-10,0,-45

300,0,320,0
310,20,310,-20
-300,0,-320,0
-310,20,-310,-20

Este é o comparativo da quantidade necessária de impactos certeiros para afundar os navios da frota:


 
  Destroyer  Cruzadores Porta Aviões
Torpedos 1 1 4
Bombas de 1000 2 2 12

Ou seja, se treinarem em aviões de torpedo (TBF, Kate, Betty ou Ju88), uma abraço para a frota inimiga.



 
 
Texto sedido por  Fabiano " CG " Cavalcante - Esquadrão Najack / Div. Jammuth - redator do Jornal Cockpit On-line

 
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