HONDA OFICIALIZA RETORNO À FÓRMULA UM

A Honda oficializou o seu retorno à Fórmula 1. O presidente da montadora japonesa, Hiroyuki Yoshino, garantiu que a volta acontecerá no ano 2000 - como equipe independente e não apenas como fornecedora de motores. O dirigente afirmou ainda que já foram realizados, em Milão, os primeiros testes do protótipo. A Honda disputou, como equipe, quatro temporadas na categoria: de 64 até 68. Em 35 corridas, a equipe japonesa conquistou apenas duas vitórias. O piloto francês Jo Schlesser faleceu após sofrer acidente pilotando um Honda no GP da França de 1968.

A indústria do cigarro, que investe cerca de US$ 400 milhões por ano na F-1, obteve vitória expressiva, em sua luta para se manter como patrocinadora de eventos esportivos. Quatro gigantes do setor tabagista ganharam na Justiça o direito de contestar a legalidade dos vetos estabelecidos pela União Européia. No início deste ano, a entidade que coordena a unificação do continente estabeleceu prazos para abolir todas as formas de publicidade de cigarro nos países membros. A F-1, após forte lobby, conseguiu um dos maiores prazos de adaptação, negociando um veto parcial a partir de 2002, e a abolição total do patrocínio de cigarros na categoria a partir de 2006. Esse cenário, agora, pode sofrer alterações. Com o direito de contestação adquirido, British American Tobacco, Gallaher, Imperial Tobacco e Rothmans levarão o caso à Corte de Justiça Européia instalada na Suprema Corte Britânica. Segundo David Swan, chefe do lobby tabagista na Europa, "os vetos da União Européia não se sustentam, não têm base legal". Além das empresas e da FIA, lutam pela propaganda de cigarros na Europa associações que congregam agências de publicidade e sindicatos de revistas - cujos orçamentos dependem muito do setor. A F-1, para a indústria tabagista, é um setor vital na disputa. A categoria, com ampla exposição na mídia européia, é praticamente o único meio das marcas de cigarros serem expostas na TV. Ao contrário do que acontece no Brasil, a publicidade de cigarros é proibida nas TVs do continente, sendo que, em alguns países, como França e Holanda, ela é totalmente proibida. O patrocínio às equipes, dessa forma, transformou-se em uma espécie de horário nobre para o setor, inflacionando a categoria. As principais estrelas do Mundial, neste momento, são Mika Hakkinen, da McLaren, bancado pela marca alemã West (Reemstma), e Michael Schumacher, da Ferrari, bancado pela norte-americana Marlboro (Philip Morris). Ciente do posicionamento politicamente incorreto adotado pela entidade que chefia, o inglês Max Mosley, presidente da FIA, cumpriu nas últimas semanas a promessa que havia feito quando da decisão pelo veto ao patrocínio tomada pela União Européia. Mosley reafirmou sua intenção de abolir por decisão própria o patrocínio tabagista caso alguém ou alguma entidade consiga provar cientificamente que a publicidade de cigarros na F-1 influa na decisão dos jovens de começar a fumar. "Não podemos esquecer que há muita hipocrisia em toda essa discussão. Assim que alguém comprovar, de forma séria e abalizada, que os jovens estão começando a fumar por causa da F-1, serei o primeiro a lutar contra o problema", declarou o dirigente. Mosley deu prazo até meados de 1999 para receber algum estudo sobre o assunto. Na verdade, já havia feito tal oferta no início deste ano. Mas, como disse não ter recebido resposta, estendeu o prazo. O envolvimento da F-1 com o cigarro data da década de 1960, quando a TV britânica resolveu banir a publicidade tabagista. A partir de então, a indústria tornou-se um dos principais financiadores da categoria. Estima-se que os grandes times, como Ferrari, McLaren, Williams e Jordan, obtenham de US$ 30 milhões a US$ 40 milhões por ano das empresas que os patrocinam.

A Minardi acertou com o piloto argentino Gaston Mazzacane para testar os carros da equipe na temporada 99 da Fórmula 1. Mazzacene, 23, participa há dois anos da Fórmula Uno. Ele fará testes com a Minardi entre 8 e 10 de fevereiro, na Espanha e espera assumir um dos carros no ano 2000. Os pilotos titulares da escuderia italiana ainda estão indefinido.

A McLaren-Mercedes MP4/14, com a qual o atual campeão mundial, o finlandês Mika Hakkinen, vai defender seu título, rompe a tendência dos atuais monopostos da categoria: o "nariz" do carro é mais inclinado que as máquinas rivais. A mudança de fisionomia no bico foi feita para a nova McLaren ganhar mais pressão aerodinâmica, "grudando" na pista. Essa é fórmula encontrada pela equipe para compensar a falta de aderência criada com a introdução no regulamento deste ano pneus dianteiros com quatro ranhuras, contra três do ano passado. Para empurrar o MP4/14, a Mercedes projetou um novo motor para esta temporada, mais ágil, baixo e potente que o de 1998, que já foi testado por Mika Hakkinen e o escocês David Coulthard, que dominaram os testes de inverno.

O piloto alemão Michael Schumacher rodou no circuito italiano de Fiorano e completou 57 voltas com o novo carro da Ferrari, o F-399, que "melhorou todas as facetas do anterior", segundo as palavras do piloto. Schumacher assegurou que o novo carro da Ferrari "evoluiu em todos os sentidos".

Quem será o campeão do mundo este ano, Mika Hakkinen, da McLaren, ou Michael Schumacher, da Ferrari? A pergunta começará a ser respondida, no Circuito da Catalunha. O diretor da Ferrari Jean Todt, decidiu treinar em Barcelona, em razão da neve que cai em Fiorano. Ao ser informado da decisão do rival, Ron Dennis, da McLaren, procurou a direção da Bridgestone para solicitar pneus para o mesmo teste: o confronto entre os que vão lutar pelo título estava estabelecido. A preparação da McLaren está mais avançada, mesmo tendo apresentado seu novo carro, o modelo MP4/14, apenas segunda-feira. Até agora, Mika Hakkinen já percorreu, com as 26 voltas de hoje em Barcelona, 70 voltas na pista de 4.726 metros (330,8 km), e David Coulthard, segunda e terça-feira, 59 voltas (278,8 km). A Ferrari apresentou o modelo F399 dia 29 em Fiorano, mas só pôs o carro para andar sábado, quando completou apenas duas voltas por causa da perda do aerofólio traseiro, assustando Schumacher. De segunda-feira até hoje, o F399 rodou bem menos que a McLaren MP4/14. Foram 53 voltas na pista de 2.976 metros de Fiorano, segunda-feira (157,7 km), e 11 no dia seguinte (32,7 km). O piloto alemão chegou a completar mais 78 voltas, entre terça e quarta-feira, mas sob chuva, o que não é muito representativo, em razão do ritmo lento imposto pelo asfalto molhado. É para poder conhecer um pouco mais o F399, e agora até podendo confrontar seu potencial com o da McLaren MP4/14, que Jean Todt e Michael Schumacher decidiram arrumar a bagagem e viajar da Itália para a Espanha, às pressas.

O campeão do mundo, Mika Hakkinen, disse na apresentação da nova McLaren, que esperava do modelo MP4/14 velocidade e resistência tão boas quanto à do carro do ano passado. Até agora isso não ocorreu. Hoje Hakkinen foi o mais rápido dos 15 pilotos que treinaram em Barcelona, com o tempo de 1min22s300 (43 voltas). Mas sua McLaren era ainda a que o levou ao título na temporada passada. O modelo deste ano, com David Coulthard, obteve 1min23s944 (45), terceiro tempo. A boa surpresa do dia foi a marca de Johnny Herbert, com a nova Stewart, 1min23s354 (51), segundo mais veloz. Michael Schumacher também treinou com a Ferrari F399 em Fiorano. A velha McLaren continua sendo mais rápida que todos os carros deste ano. O austríaco Alexander Wurz, com a nova Benetton, registrou o quarto tempo ontem no Circuito da Catalunha, com 1min24s162 (53), e Giancarlo Fisichella, seu companheiro, o quinto, 1min24s274 (21). Quase dois segundos separam o melhor tempo da velha McLaren da nova Benetton, ambas equipadas com os mesmos pneus de quatro sulcos na frente. A Sauber de Pedro Paulo Diniz e Jean Alesi treinou com dois carros. O modelo C18 de Diniz percorreu seus primeiros quilômetros hoje. "Nosso objetivo era apenas de checar se tudo funcionava", disse o piloto, que ficou com o 13.º tempo, 1min26s318 (43). Alesi, com o carro do teste da semana passada, registrou 1min24s876 (41), sétimo tempo. O sexto tempo de hoje foi de Jos Verstappen, com o protótipo da Honda, 1min24s380 (68). Rubens Barrichello andou pouco, apenas 14 voltas, em razão de problemas no novo motor Ford da Stewart. Mas Johnny Herbert não teve nenhuma dificuldade e provou que o modelo SF-03 e o novo motor Ford formam um conjunto bem mais rápido que o do ano passado. Herbert foi quem mais se aproximou da marca de Hakkinen. A Stewart encerrou ontem o seu trabalho em Barcelona e volta a testar agora em Silverstone, de 16 a 18. Schumacher completou 11 voltas no circuito de Fiorano, hoje, com pista seca, e fez 1min02s690. Como choveu, aproveitou para dar mais 39 voltas e registrar 1min10s445. Os testes, por enquanto, são apenas de resistência do equipamento, explicou o alemão.

Uma comissão especial da Câmara Internacional do Comércio anunciou nesta quarta-feira a conclusão da arbitragem entre a Bristish American Racing (BAR) e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A decisão foi favorável ao regulamento, que determina que uma equipe de Fórmula 1 deve ter seus dois carros substancialmente uniformes. A equipe BAR, do piloto brasileiro Ricardo Zonta e do canadense Jacques Villeneuve, iniciou o procedimento legal em dezembro em uma tentativa de proteger seus direitos comerciais. Apesar da decisão desfavorável, o fato foi aceito positivamente. "Aceitamos a decisão da comissão e vamos cumprir a regra. Acreditamos que foi importante tomar uma posição que protegesse nossas opções de angariar fundos para a equipe, mas agora vamos nos concentrar em outras prioridades", comentou Craig Pollock, diretor-geral da BAR. Os carros serão apresentados com seu layout definitivo na primeira prova da temporada, na Austrália. "Podem ter certeza que o nosso novo design será inovador, criativo e representativo da boa imagem de nossa equipe, de nossos patrocinadores e do esporte em si", disse Pollock.

JORDAN SONHA ALTO

A Jordan está determinada a fazer uma grande temporada em 1999, prometendo inclusive uma "briga" particular com McLaren e Ferrari. Durante a apresentação do novo carro da equipe, o modelo 199, Eddie Jordan disse que a escuderia inglesa vai surpreender. Vamos fazer coisas melhores este ano. Em 1998, conquistamos a primeira vitória em nossa história. O objetivo agora é repetir o feito - comentou o empresário. Damon Hill, primeiro piloto a vencer com uma Jordan (GP da Bélgica) afirma que o time está mais profissionalizado e determinado, tendo amplas condições de atingir bons resultados. - Nossa intenção é vencer mais de uma corrida. Temos de ser realistas, mas estamos confiantes - disse. A Jordan terminou o Mundial de Construtores em quarto lugar, e o bom desempenho no ano passado foi creditado ao desenho eficiente do carro, projetado por Mike Gascoyne. O 199 é baseado no modelo 198, mas tem agumas diferenças importantes: é menor, o motor é mais potente e o centro de gravidade é mais baixo, deixando-o mais estável.