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As primeiras ocupações humanas |
Os Romanos da Península Ibérica
Entraram por Indica (hoje Ampurias) com um exército comandado por Cneo Cipião, mas inicialmente só colheram derrotas para um inimigo que já conhecia a região há tempos. Públio Cipião, irmão de Cneo, desembarcou em socorro ao mano. Alistou iberos em suas legiões e tomando nacos do território dos cartagineses.
Sagunto, a aldeia Cese dos ilercavanos ou cesetanos, aliados dos africanos, cai em 216 a.C. Em 212 a.C., o exército de Publio foi derrotado e ele morto por tropas iberas di Indívil e Mandônio em Cástulo (próximo a Jaén). Cneo doi derrotado e morto em Illorci (perto de Andújar).
Publio Cipião, o Africano, foi nomeado pró-cônsul e general das tropas na Hispania em 211. Reorganizou os exércitos e atraiu os líderes Indívil e Mandônio à sua causa. Em 209 a.C. eles tomaram Cartagena. Os povoados de Cástulo e Illorci foram destruídos, por seu apoio aos cartagineses.
A conquista romana não foi tranqüila. Várias foram as causas da revoltas dos celtiberos contra a dominação dos exércitos romanos. À parte a natureza belicosa dos celtas e iberos, as tribos tinham alianças e inimizades entre si estabelecidas há séculos. E alianças com romanos ou cartagineses para combater os vizinhos hostis. Além disso, os soldados romanos a princípio agiram como meros saqueadores e os governadores impuseram tributos excessivos sobre as populações nativas.
Em 206 a.C., os illergetes, liderados pelos mesmos dois chefes, se rebelam contra os romanos. O primeiro morreu em batalha e o segundo foi preso e crucificado.
Cipião Africano fundou Italica, perto de Hispalis (Sevilha). Quando Cipião e Aníbal morreram, Caio Sempronio Graco foi nomeado pretor na Hispania em 181. Ele assinou uma trégua com os iberos que durou 25 anos.
Em 151 a.C., os celtiberos voltaram a se rebelar. Em 149 a.C., os vacceos da Numantia (perto de Soria) e os lusitanos enfrentaram os romanos, marcando o início das Guerras Numantinas. Na Lusitânia, por exemplo, o régulo Viriato era aliado dos cartagineses, que ajudava a proteger os lusitanos contra os vizinhos vettones, vacceos, astures e turdulos. Ele liderou seu povo contra as tropas do pretor Galba em 147.
Viriato foi derrotado em 137 a.C. assassiando por membros de sua gente, a soldo dos romanos. Depois, quando os assassinos procurarab Galba para receber a paga, ouviram dele que "Roma não trata com traidores". Numantia resistiu até 133 a.C., mas seus habitantes preferiam incendiar a cidade e morrer em suas chamas a render-se a Scipio Æmilianus.
Quintus Sertorius foi nomeado cônsul da Hispania em 80 a.C., mas se aliou aos iberos e foi por eles nomeado chefe. Assenhoraram-se da Hispania Citerior e da costa mediterrânea. Eles obtiveram expressivas vitórias sobre os romanos até que Sertorius foi assassinado em Huesca por seu loco-tenente Marcus Ventus Perpenna.
Em 29 a. C. é a vez dos cântabros e astures do norte se revoltarem. Os romanos conquistam a capital Asturica três anos depois. Destroem Bergidum, a segunda ciadade mais importante dos astures, e, no ano seguinte, Lancia, a terceira cidade.
Os revoltosos se escondem nos montes, mas os romanos empreendem uma campanha de extermínio. Na batalha do Monte Medulio, os sublevados são finalmente derrotados. Os que não são mortos acabam vendidos como escravos.
Após dominadas todas as tribos, começou o processo de romanização, mediante a integração da província com o império. A romanização caminhou mais rápida nos territórios mais desenvolvidos. Uma rede de estradas foi criada, castros (fortes) foram transformados em cidades: Barcino (Barcelona), Tarraco (Tarragona), Cæsar Augusta (Ceragossa > Zaragoza), Hispalis (Sevilha), Emerita Augusta (Emerita > Mérida), Asturica Augusta (Asturica > Astorga).
As cidades funcionavam como centro cultural, religioso, administrativo e comercial das populações rurais vizinhas. O governo era exercido pelos próprios cidadãos, que também gozavam do status de cidadãos romanos, com todos os privilégios garantidos em lei e com todos os direitos de cidadão do império.
Nas cidades foram construídos teatros, termas, templos, arenas esportivas e tudo o mais necessário à romanização da população local.
O exército romano era bem remunerado. Embora a lei romana não permitisse o casamento de soldados com as nativas, não os proibia de celebrar contratos civis ou mesmo de estabelecerem famílias informais. Dessa maneira muitos se estabeleceram no país, mesmo após aposentarem-se. Ademais, em volta dos fortes, o comércio se estabelecia, reforçando a urbanização do império.
A integração permitiu que cidadãos na
Itália ou outra região já romanizada migrasse para a Hispânia à busca de novas
oportunidades. Com essa mobilidade geográfica, o império ia se uniformizando
culturalmente.
A romanização facilitou a introdução de outra poderosa força unifomizadora: religião
monoteísta dos cristãos.
Os romanos, então comandados por Publius Cornelius Scipio (Cipião Africano), dominaram toda a região da Hispania em 206 e dividiram-na em três províncias: Lusitania, Bætica e Tarraconeus.
Com o tempo, eles impuseram, por éditos ou pelo convencimento de sua superioridade, os principais elementos de sua cultura: a língua, as leis, a municipalidade e o cristianismo. A Hispania se inseriu completamente na cultura romana e gerou nomes importantes, como os escritores Seneca e Lucanus e os imperadores Nerva (nascido em Clunia Sulpicia, hoje província de Burgos), Trajano e Adriano (ambos de Híspalis, próximo a Sevilha).
A língua que os romanos impuseram, o latim, era do grupo itálico das línguas indo-européias. Como as demais línguas do grupo, o latim evoluiu da oposição entre o gênero dos inanimados e o dos animados para a oposição dos gêneros masculino, feminino e neutro.
Era uma língua fortemente flexionada: nos verbos, as terminações indicavam o modo, o tempo e a pessoa que promovia ou recebia a ação. Nos substantivos, adjetivos e pronomes, também a terminação (desinência) indicava se a palavra dizia respeito ao agente da ação, seu receptor ou alguma outra situação (tal como o meio pelo qual a ação ocorria, o lugar em que se dava e assim por diante). Vejamos alguns exemplos: usamos as palavras cives (cidadão), columba (pomba), videt (vê) e videtur (é visto). Como o latim não usava artigos, colocamos os artigos definidos entre colchetes para melhorar o entendimento.
Como se vê, o final das palavras indica a função sintática do termo na oração. Isso tornava desnecessária a ordem das palavras na oração, uma vez que sua função estava marcada pela desinência.
Mais detalhes sobre a lingua latina
Bom, essa era a regra com a qual a língua jogava o seu papel. Contudo, seu léxico, morfologia e sintaxe sofreram a reação dos falares locais e, por isso, se modificaram. Alguns casos foram simplificados no decorrer dos séculos. O nominativo, o vocativo e o acusativo se fundiram. O ablativo foi paulatinamente sendo preposicionado e as preposições cada vez mais regiam o nominativo/acusativo. Com isso, a rigidez na formulação da sentença passou a ser exigida para o entendimento da comunicação.
As inovações linguísticas se propagavam por ondas de choque. Cada comunidade deveria absorver as novidades vindas do centro culturalmente mais evoluído e adaptá-las. Essa adaptação é que era copiada pelas comunidades imediatamente periféricas. Destarte, sempre havia um hiato entre os falares centrais e os periféricos. E os falares periféricos eram sempre arcaizantes, uma vez que estavam sempre usando o modo mais arcaico de utilizar a língua. Por essa razão, o depois imperador Trajano causava risos no Senado quando usava seu sotaque e vocabulário, aprendidos na Hispania.
Ao lado de conservar arcaísmos, as periferias resolviam seus problemas linguísticos adotando soluções locais. Quando o Império Romano entrou em colapso, acabou o magneto central que mantinha a unicidade linguística e ditava normas cultas a todo o império. As soluções locais se multiplicavam. A chegada de invasores germânicos na Hispania acelerou a dialetização do latim hispânico. Surgiram daí as linguas luso-espanholas: português, espanhol, galego, asturiano e valenciano-catalão.

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Administrador: Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva