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As primeiras ocupações humanas |
| A Proto-história ibérica |
Os iberos
Uma hipótese coloca os iberos entre os povos egeus que, diante da invasão dos indo-europeus, se dividiram em dois grupos: os que combateram contra o Egito, foram derrotados e se refugiaram na península ibérica e o que emigraram para o Cáucaso. Mas essa hipótese tem como base única a existências de dois povos com nome assemelhado, um na Espanha e outro na Geórgia.
Gregos jócios, fugindo da ocupação persa (550 a.C.), fundaram colônias, tais como Rhodae (Rosas), Emporio (Ampurias) e Sagunto, na Espanha.
No Levante, redondezas de Alicante, estava
estabelecida a cultura El Argar, decorrente da mestiçagem de populações
pós-neolíticas com imigrantes orientais (sírios, egípcios e da Ásia Menor). Raça
guerreira, os homens nativos da região freqüentemente se ofereciam como mercenários nas
atividades bélicas das colônias cartagineses, fenícias e gregas. Esse teria sido o
veículo maior de difusão da cultura creto-minóica entre os aborígenes. A cultura
resultante desse contato recebeu o nome de Ibérica por estar no vale do rio Ebro.
Olhado desse modo, não é correto falar em povo ibero, mas de um modo de vida que foi
assumido pela população local, copiando os vizinhos gregos e fenícios.
A sudoeste estavam estabelecidos povos cuja cultura se formou pela adoção dos valores da
civilização creto-minóica pelos os aborígenes. A cultura resultante desse contato
recebeu o nome de Tartéssica.
O surgimento da cultura ibérica foi muito rápido. Imagina-se que povos locais, já miscigenados com autóctones de estoque mais antigo entraram em contato e também se mesclaram a um grupo egeu dos Povos do Mar pelos anos 1.100 a.C. e retomaram os vínculos com a pátria comum (talvez o Ponto).
A cultura ibérica se estendeu pelas zonas antes ocupadas pelas culturas almeriense, dos Millares, de El Aragar (que foi seu principal foco). Depois, ampliou-se até o Norte del Segura, onde existia outra civilização de traços neolíticos ou parcialmente bronzístico. Mais tarde, atingiu a Catalunha. E sua expansão para o sul, os iberos encontraram aparentados tartessos. Para o norte acharam tribos celtas da arcaica cultura Hallstatt. Sua expansão para os lados da Catalunha começou em 400 a.C. Na região pirenaica foram iberizadas as tribos dos carretanos (de Cardanya), dos andosinos (de Andorra) e os aresinos (do Vall d'Aran). Eram povos da raça pirenaica, embora os aresinos já estivessem celtizados.
A cultura ibérica se espraiou pela Septimania, o interior da Catalunha e parte de Aragão, formando a tribo dos illergetes.
Ebro acima, a cultura ibérica encontrou tribos celtas da cultura La Tène que estava progressivamente substituindo a arcaica cultura celta de Hallstatt.
A difusão ibérica foi rápida porque entrou por regiões ainda sem grande afluxo de tribos indo-européias e se mantinham, portanto, ainda na Idade do Bronze.
Grupos de iberos que chegaram à Cantábria influenciaram os povos de raiz neolítica já celtizados das regiões montanhosas do norte: os cântabros, os autrigões, os carístios, os várdulos, além de outra tribo cujo nome se desconhece.
Nos Pirineus, os barscures não se celtizaram porque viviam nas montanhas, região de pouco interesse para os celta, que viviam da agricultura e pastoreio. Desse modo, mantiveram uma língua mais tipicamente neolítica.
Na Meseta (Soria, Guadalajara e arredores) e no vale do Ebro os iberos enfrentaram os celta. Segundo o hsitoriador Diodoro da Sicília, pelos anos 300 a.C. os iberos estavam em guerra contra os celtas da Meseta, provocando alianças entra as tribos celtas ou celtizadas do sul de Navarra.
No norte do Ebro, as populações celtizadas e as tribos celtas isoladas se relacionam com os barscones. Essa mestiçagem de barscunes, celtas e iberos gera o povo a que chamam vascões. Os povos que não foram celtiberizados não permaneceram à margem do intercâmbio comercial que se seguiu, por isso, adotaram o alfabeto ibérico, como se vê nas moedas que emitiram. Mesmo após dominarem militar e culturalmente algumas das tribos celtas em 250 a.C., foi inevitável que os iberos absorvessem alguns de seus elementos culturais, criando a cultura celtibera. Como elementos celta há, por exemplo, o culto a Brigantia e aos demais deuses galos (Eudovélico, Bárdua, Bormánico e Dercetio, deus das montanhas), ops turólicos (gênios das montanhas). Ademais, alguns iberos aceitaram o rito de sacrifício humano. Também dos celtas os celtiberos herdaram a unidade política, mostrada nas confederações de tribos.
Embora geralmente pacífica, posto que significava melhoria na qualidade de vida, a iberização encontrou resistências em algumas regiões. Práticas religiosas ou razões econômicas deixaram à parte da iberização algumas populações das regiões montanhosas.
Crê-se que os povoados ibéricos eram governados por conselhos de anciãos, formado por membros da mais respeitadas família. A base econômica das vilas era a agricultura, a exportação de minérios, lãs, peles, couros e a importação de peixe charqueado, perfumes, vidros, cerâmica, azeite e vinho.
Adoravam uma deusa de origem grega, Demeter, que pode também ter sido introduzida na região pelos cartagineses.
Eles adotavam o sistema celta e grego de cremação de cadáveres e guarda das cinzas em urnas. As necrópoles ficavam a curta distância do povoado.
Os iberos deixaram muitos escritos, que ainda não puderam ser traduzidos. Usavam um alfabeto semi-silábico, aprendida dos tartessos e de origem fenícia. Strabio, historiador romano, garantia que as diversas tribos ibéricas falavam idiomas distintos, embora assemelhados. As línguas deles, por certo, eram as línguas neolíticas nativas, com influências vocabulares e gramaticais dos arrivistas. Nos Pirineus, a língua também teria raízes neolíticas, mas com evolução diversa devido ao isolamento milenar e influência da língua dos celtas.
Os tartessos
Imigrantes cretenses, fugidos dos aqueus, que tomaram a ilha de Creta nos séculos XV e XVI a.C., e imigrantes jônios, expulsos de sua pátria pelos dórios no sévulo XIII a.C., saíram de suas pátrias para a África (provavelmente Egito, onde devem ter vivido por algum tempo e sofrido influência da cultura local) e depois rumaram para a Espanha, fixando-se no sul.
Cerca de 1100 a.C., os fenícios fundaram vários portos comerciais na costa mediterrânea da Espanha, entre eles o de Gádira ou Gádes (hoje Cádiz), Baria Adra ou Abderia Adra (Adra), Almuñécar.
Eles competiam com os gregos pelo comércio
de minerais no Mediterrâneo e levaram alguma vantagem quando os persas ocuparam parte da
Grécia em 550 d.C. Por volta do século VII a.C., eles se estabeleceram na cidade de
Tartis, na foz do Guadalquivir.
Os fenícios trouxeram uma cultura a que chamam de Tartéssica, que se expandiu pela costa
até atingir Alicante.
Com a contribuição da cultura minóica dos cretenses, a cultura do Vaso Campiforme passou a uma cultura batizada como tartéssica. Os tartessos viviam em povoados fortificados e fabricavam armas e objetos de bronze. Viviam do comércio (principalmente de minérios) e da produção de uvas e olivas, da criação de bovinos, ovinos e suínos, da extração de sal e da pesca. Posseidônio, escritor romano, fala da existência de canais de irrigação no país dos tartessos.
Foram encontrados muitos objetos da cultura tartéssica, como o impressionante busto da Dama Elche. Com o tempo, essa cultura se estendeu pela Andaluzia e Múrcia. Idolatravam as estrelas, respeitavam os anciãos e eram hospitaleiros e liberais. Sua escrita diferia da celtibera.
A Dama de Elche |
Acredita-se que os tartéssos foram exterminados nas guerras contra os cartagineses na segunda metade do século VI a.C. Consta que o último rei tartésso (Argantonios) reinou por 80 anos.
Os cartagineses
No século I a.C. duas grandes potências disputavam o comércio no Mar Mediterrâneo: Roma e Cartago. Cartago foi fundada por cidadãos que se retiraram da cidade fenícia de Tiro quando esta caiu em mãos dos assírios. Em Cartago formou-se, então, a cultura púnica, continuação da cultura fenícia. Tornando-se como sucessora da Tiro dominada, Cartago assenhorou-se das colônias fenícias na Itália, França e Espanha.
Na Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.), Roma tomou de Cartago as colônias sicilianas, corsas e sardenhas. Por isso, na guerra entre gregos e fenícios, estes últimos pediram o apoio militar à dinastia Barca que governava Cartago. Os cartagineses invadiram a península pela turdelândia (região do Estreito de Gibraltar (então chamado de Coluna de Hércules) em 238 a.C. e arrasaram a cidade de Tarsis, capital tartéssia.
Ele encontrou resistência dos lusitanos e dos turdetanos, O general Amilcar Barca fundou Akra Lenke (Alicante) em 237 a.C. Em 232 a.C. os chefes Istolácio (turdetano) e Indortes (lusitano) foram mortos em batalha contra os cartagineses. Mas os turdetanos não se entregaram e em 230 a.C., seu chefe Orisson comandou uma força que derrotou os invasores e matou o general Amílcar. Seu filho Asdrúbal Barca assumiu o comando das forças militares e subjugou os turdetanos em 229 a.C. Sobre o povoado mastieno os cartagineses fundaram Nova Cartago (atual Cartagena), na Murcia.
Asdrúbal foi assassinado em 219 a.C. e sucedido por Aníbal Barca, que dominou a parte da península e tomou Segunto no ano seguinte. Porém algumas tribos celtiberas, em particular os _________ de Sagunto, tinham aliança com Roma, que, por sua vez, cobiçava áreas sob influência grega e cartaginense, detentoras de preciosas riquezas minerais e agropecuárias, e temia o renascimento do poder militar púnico. Atendendo ao apelo dos aliados e seus próprios interesses, os romanos entraram no conflito, iniciando a Segunda Guerra Púnica (218-202 a.C.).
As línguas pré-romanas da Ibéria
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Administrador: Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva