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Hierarquia de Redes

              Como havia dito antes, a ELOGICA não obteve um número de rede do nada. A ela foi concedido um número de rede que é: 200.249.XXX. O fato de ter colocado os caracteres X é porque a ELOGICA não é única no mundo com identificação 200.249. De fato, assim como ela, a NETPE (uma outra provedora aqui de PE) também recebeu 200.249 como identificação. Ambas são redes classe C e são várias pelo mundo. O que vai diferenciar as duas será o terceiro byte da cadeia do IP. Uma organização mundial chamada IETF (Internet Engineering Task Force, ou Força Tarefa de Engenharia da Internet) é quem outorga esses números a quem a solicita.

              As redes são divididas hierarquicamente no mundo, assim nos temos rede de maior tamanho e aquelas menores. Essa definição de maior ou menor atende o simples fato da possibilidade de um número maior ou menor de hosts conectados. Assim nos temos: Redes classe A, B e C.

Redes classe A: São as redes de maior numero de hosts conectados e somente pouquíssimos orgãos ao redor do mundo possuem o privilégio de possuir um endereço de rede situado na classe A (diga-se de passagem, não existem mais endereços dessa classe disponíveis a novos cadastros, a não ser que alguém se descadastre). De fato, não é qualquer organização no mundo que possui esse privilegio e é apenas concedido a Universidades e organismos Governamentais. A quantidade de endereços disponíveis a esse nivel é pequena, atinge números de 1 a 126. Observe que não utilizei os caracteres X pra identificar um outro nivel, isso não eh necessario em classes do tipo A, porque o primeiro byte já é suficiente para a identificação de toda a rede. Já deu pra perceber portanto que essas redes são muito poucas mas atende o maior número possível de hosts conectados: 16.777.215. No mundo inteiro somente existe 126 redes classe A com demanda de aproximadamente 16 milhões de hosts. Então nós poderíamos ter: 1.0.0.1 ate 126.255.255.254. Esses dezesseis milhões de hosts reflete o número de possibilidades possíveis entre os três últimos bytes do quarteto. Assim, se fizermos uma análise combinatoria desses termos chegaríamos no número em questão. Bom, uma pergunta poderia surgir: "Ok, redes desse tipo são realmente grandes mas não entendi como ficou essa última parte, e quanto aos outros endereços? Por que não foram incluídos? - Os outros endereços de rede não foram incluídos poque são o resultado da análise combinátoria entre os outros possíveis hosts. Levando em conta que possuímos ainda os três últimos bytes da cadeia do IP, teríamos 256 possibilidades diferentes em um byte da cadeia do IP.

              Se temos 256 possibilidades entre cada um dos três últimos bytes da cadeia do IP então faça o seguinte: eleve 256 ao cubo. O que você vai obter é exatamente 16.777.216 como resultado. Uma pergunta interessante poderia surgir: "Certo, mas em outra parte do tutorial você afirma que o número 0 e o 255 não podem ser atribuídos a números IP porque possuem outras funções" - Não é bem assim. O que afirmei é que números de hosts não podem ter esses números e quando me refiro a host me refiro a um micro conectado e não um servidor de rede. Dessa forma, uma rede pode se utilizar de todas as possibilidades desde que não seja atribuido aqueles valores a hosts.

Rede tipo B: Essas são as redes intermediárias e possuem endereços de rede de 128 a 16.384. Redes desse tipo são identificadas pelos dois primeiros bytes. São possíveis portanto um número de redes dessa classe da ordem de 16.256. Faça as contas: se você já sabe que a rede irá começar em 128 e terminará em 191 (o próximo nível da hierarquia das redes começara em 192) , basta subtrair 128 de 192, o resultado você multiplica por 256. Assim, você ira obter 16.384. Por exemplo: o resultado que você obteve foi 64 já que o primeiro byte do nível iria de 128 a 192 e o segundo de 0 a 255. Assim, como exemplo, poderíamos ter: 128.0.0.1 ate 191.255.255.254. O número de hosts disponiveis nessa classe eu acho que você já sabe como calcular: 256 elevado ao quadrado (são os dois ultimos bytes restantes). Teríamos então 65.536. Esse é o número possível de hosts conectados nessa classe. No mundo temos então 16.256 redes classe B com um máximo de 65.536 hosts conectados.

             Uma pergunta poderia surgir: "você começou a contar esta rede a partir de 128, a rede anterior não terminou em 126? Onde esta o número 127?" - O número 127 não se destina a identificar redes publicas. De fato, esse número é destinado a testes de loopback em uma rede. Um loopback nada mais é do que a conexão que a rede faz com ela mesma para testes internos, configurações, etc. Isso não é exclusivo de redes e tanto é que loopbacks existem quando queremos verificar a velocidade de tráfego numa comunicação paralela ou serial por exemplo. Dessa forma, uma rede que comece com 127 não é uma rede que conecte hosts. É um teste interno apenas. Então se você vir 127.0.0.1, por exemplo, isso é um número de loopback.

Rede tipo C: Essas são as menores e são as mais numerosas em todo mundo. Provavelmente a sua provedora de acesso a Internet usa uma rede tipo C. Endereços de rede vão de 192 ate 2.097.152. No mundo são possiveis, então, algo em torno de 2 milhões de redes com apenas 254 hosts conectados (que é o último byte). Os endereços de rede ficariam então: 192.0.0.1 a 224.255.255.254 Como provavelmente sua provedora não possui apenas 254 usuarios cadastrados, ela com certeza dividiu a sua rede em redes menores cada uma comportando 254 usuários. Isso irá acontecer sempre a medida que a demanda por acessos a novos usuarios aumentar, ou seja, se uma rede classe C já não atende mais a demanda, ela pode ser aumentada com a inclusão de novas sub-redes. Para se chegar a esse número de 2 milhões o cálculo é o mesmo do que já foi feito acima, ou seja, redes classe C são identificadas pelos três primeiros bytes então faça somente o 256 elevado ao cubo e você achará o valor, certo? Bastante errado.

              Ao contrário das outras redes, uma rede classe C possui mais restrições. Uma rede classe C começa do número 192, ok. Mas não termina em 256! De fato, ela termina no número 224. Isso acontece porque números superiores a 224 são destinados a serviços especiais (com protocolos diferentes) e não são incluidos como identificador de rede. Assim nos teríamos apenas 32 possibilidades no primeiro byte (de 192 ate 224). Os dois bytes seguintes continuariam da mesma forma, ou seja, não existem restrições e continuariam com 256 possiblidades. Então nós teríamos: 32 x 256 x 256 = 2.097.152. E assim nos temos o número de redes disponíveis nessa classe. Na verdade o número de redes disponíveis é isso menos uma rede: a 192.168 que é feita quando queremos construir nossa rede particular. Se algum dia você quiser montar sua rede provavelmente irá nomear seus hosts como: 192.168.0.1; 192.168.0.2.... até o fim do número de máquinas disponíveis. Se chegar na máquina de número 24, por exemplo, ela poderá ser conhecida como: 192.168.2.4.

              Outro item a ser comentado é sobre o que se chama de máscara da sub-rede. Isso nada mais é do que a determinação da classe a qual uma rede pertence. Assim nós poderíamos ter:

              Parece desnecessário? Pois é, realmente nos damos a olhar a primeira vista e pensar que não é necessário um tipo de identificação de redes desse tipo. Bastaria olhar o número do primeiro byte e isso já seria suficiente para saber a que classe a rede pertence. Isso a nossos olhos é otimo mas para uma máquina, a que irá analisar pedidos, por exemplo, isso não é suficiente. Precisamos informar a ela que a rede é do tipo C, A ou B e isso é feito pela máscara da sub-rede (também chamada de netmask). E necessário esse tipo de informação porque uma rede de amplo espectro, uma classe A, por exemplo, pode ser dividida em redes classe B que por sua vez pode ser subdividida em redes classe C.

              Por exemplo, você pode ter uma rede classe A mas achou muito grande e resolveu dividi-la em varias redes B, no final você quis várias tipo C, ok, sem problemas. Mas quando você fez isso, você automaticamente criou redes verdadeiras e não apenas subdivisões. Assim a menor divisão que você fez foi em 20 vezes. Não se deu por satisfeito e resolveu criar redes menores dentro daquelas 20, vamos supor 5. Cada uma dessas divisões não é tratada como um mero host, por exemplo, é uma rede inteira. Sendo assim, você precisa informar que aquela subdivisão das 20, as outras 5 redes, não são hosts e sim redes classe C. E, na verdade, quando se chega a um ponto como esse, nem mesmo uma simples "olhada" nos números é suficiente para informar que tipo de rede é e fatalmente você irá precisar se certificar disso por meio do netmask. Isso é importante porque sem essas informações não é possível o roteamento de dados. É necessário manter o nível de hierarquia das redes.

              Se você tem, por exemplo, um número de rede como: 125.142.75.6 isso parece ser uma rede classe A. Quem pode garantir? Uma "olhada" nesse numero não é suficiente pra termos certeza. Essa pode ser a nossa divisão de redes que fizemos nas linhas acima ou então uma rede A verdadeira. Sendo assim, é extremamente necessário informar que essa rede não e uma rede A e sim uma classe C dentro de uma A. Dependendo do sistema em uso, podemos definir simplesmente pelo netmask. 255.255.255.0 é suficiente pra informar que essa é uma rede C.

              Espero que tenha sido esclarecedor essas informações. É muito importante o conhecimento desses tópicos se quiser saber mais sobre construção de redes.