Dores da Riqueza
Segundo pesquisas de comportamento,
o consumismo domina fortemente a psyquê do inglês. Ao
mesmo tempo, sugerem que grande parte da população com poder
aquisitivo mediano, sente-se basicamente infeliz. Elas revelam duas tendências
aparentemente conflitantes neste grupo: desiludidos com o suceso
material, passam a questionar a validade do que conquistaram financeira
e profissionalmente e, na ausência de um
substitutivo para o consumismo, entregam-se a ele com mais voracidade.
Uma das pesquisas, realizada
pela NOP, mostra que 70% dos entrevistados, num universo
de pessoas financeiramente estáveis, não estão
contentes com suas vidas. Oitenta por cento consideram que estão
sob pressão para consumir e que, independentemente de
quanto ganhem, nunca possuem o suficiente.
Eles reclamam também da falta de tempo e tranquilidade para redefinir
suas prioridades pessoais, fechando-se desta forma, num processo
circular de insatisfação pessoal e, quem sabe, vazio existencial.
Aparentemente, as mulheres
são mais conscientes das consequências do materialismo
em suas vidas, porém, são as que mais facilmente
recorrem às compras para alivio de frustrações e depressão.
Revista Brasil.net - Londres - Março/2000
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