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CAPITULO I

     A cama dum hospital é companhia sofredora.
  Durante mais de meio século de vida, tive a sorte de não conhecer a solidão amarga dessa companhia.
  E quando aconteceu aquele dia de Novembro, antevéspera do ano 2000, também essa amargura não se manifestava muito relevante, pois a intervenção a que iria ser sujeito no Hospital da CUF era quase de rotina, sem qualquer risco e de curta duração.
  A normalidade daquele dia denunciava também uma calma de espírito perfeitamente adequada ás circunstâncias.
   


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