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As primeiras ocupações humanas

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tit_paleo.gif (3487 bytes) A Idade do Cobre ou Período Calcolítico (2.800-1.700 a.C.)

Introdução

        Pela segunda metade do terceiro milênio antes de Cristo o cobre é introduzido na Itália principalmente pelo sul, trazido pelos gregos. No nordeste, o domínio da metalurgia do cobre é mais tardia, vindo do oriente, trazido por tribos indo-européias. Essa gente detentora da tecnologia do cobre que chegou pelo norte recebe o nome de italiotas ou proto-itálicos.

        Nessa era, o cobre vem pouco a pouco substituindo as ferramentas de madeira, ósseas e líticas nas atividades bélicas e de trabalho agrícola. Por ser trabalhado a frio, ele atendia à tecnologia metalúrgica disponível à época. Pouco a pouco, os metalúrgicos aprenderam a processar os minerais por fusão. Pequenos fornos permitiam aos extratores fundir o metal no próprio local da extração, facilitando seu transporte.

        Os povos calcolíticos traziam seus metalúrgicos e artífices que sabiam trabalhar o metal. Com o passar do tempo, as populações ancestrais aprenderam a extraí-lo e processá-lo.

        A chegada dessa nova técnica trouxe impactos inovadores enormes para a região. Trouxe também novas especializações de trabalhos (metalúrgicos, artífices, soldados). Os mais visíveis traços dessa reestruturação social são as "tumbas de guerreiros", que mostram o deslocamento das comunidades então igualitárias em direção a sociedades hierarquizadas. Realmente, a estela de Lagundo mostra figuras de adultos do sexo masculino, feminino e outras assexuadas (interpretados como figuras de crianças).

        A pedra e o osso eram ainda muito utilizadas. A madeira era usada para fazer taças, xícaras e colheres, além de arados e carros. A cerâmica servia de recipiente de líquidos e cereais, embora fossem mais raras que os demais materiais.

        O trabalho do metal ocorria nos abrigos sob rochas, em lugares ensolarados e protegidos dos ventos. O fóssil característico dessa época é o punhal de lâmina triangular com costado estreito. Eles não são abundantes, o que indica que deveriam ser preciosos ou foram transformados em outros objetos.

        Aparentemente, os aglomerados humanos se adensaram em torno das regiões mineiras.

        A alimentação se baseava nas colheitas agrícola de trigo, cevada, ervilhas, lentilhas e alguns legumes, na produção dos rebanhos e na coleta de produtos silvestres, tais como nozes, frutos, mel e cogumelos. A maceração do trigo produzia a farinha para pães e bolos.

        Criava-se basicamente bovinos, suínos e caprinos. Cavalos eram tratados para o trabalho e o transporte.

        Roupas eram feitas de peles curtidas, lã ou linho. Mantas, túnicas e cintos são vistos nas estelas encontradas. As mulheres usavam como enfeites colares e pingentes. Dada a hierarquização social, é possível que a indumentária expressasse uma situação na sociedade local.

        No aspecto fúnebre, as gentes proto-itálicas deixaram tumbas de cista lítica, que datam da metade do III milênio a.C. Os proto-itálicos deixaram símbolos gravados sobre estelas. Ambos demonstram uma forma de crença espiritual.

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As Culturas do sul

        Por volta de 2.000 a.C., aumenta no sul da península o contato com mercadores gregos das civilizações minóicas e micênicas e com mercadores fenícios, principalmente nas costas sardas e sicilianas. Colônias dessas duas etnias são ali fundadas e exercem forte influência sobre a cultura dos nativos: dos picenos aos campano-samnitas e dos apúlios aos brúzios-lucanos.

        Durante o período de trocas comerciais, os povos do sul se desenvolveram mais rapidamente que os demais povos da Itália rumo à Idade do Cobre. Cerâmica micênicas, punhais e espadas cretenses foram encontrados em túmulos sicilianos.

        Em Salento, surgem dólmens de clara origem do Oriente Médio.

        A indústria lítica, embora ainda existente na Campânia, entra em declínio nessa região.

        Quando a civilização micênica se extinguiu repentinamente nos anos 1.150-1.100 a.C., o contato dos proto-itálicos do sul com os gregos cessou e só foi retomado quase 400 anos depois.

A Cultura de Diana II

        A Cultura de Diana passa a produzir cerâmica de escamas, para uso doméstico.

        Nela, continua a indústria lítica da cultura neolítica de Diana. Os objetos de cobre são pouco frequentes e destinados a funções cultuais e simbólicas.

        As sepulturas individuais vão se tornando menos comuns, substituídas progressivamente pelas coletivas em grutas artificiais ou naturais. Elas mostram uma variedade de tipologias, geralmente constituídas de hipogeus reunidos em grupos mais ou menos numerosos, constituídos de uma câmara artificial à qual se chega por um corredor.

        Na Sicília, embora os sepulcros espeleológico esteja generalizado, ainda se encontram alguns sepulcros em fossas ou em meio a caminhos tortuosos. às vezes convivem sepulturas em fossas e em grutas na mesma região. Necrópoles como a de Trachina apresentam sepulcros para um só defunto em níveis mais antigos e sepulturas coletivas em níveis mais recentes.

A Cultura do Gaudo

        Essa cultura se desenvolveu na Campânia meridional e dali se estendeu pela Basilicata e Calábria, incluindo Nápolis e Sorrento.vasoGaudo.jpg (10444 bytes)

        Seu cemitério prossegue sendo coletivo. Há sinais de que os ossos eram depositados já descarnados. Prevalecem as catacumbas e tumbas em forma de forno, escavadas na rocha, com entrada a uma ou duas câmaras por uma área circular. Eram provavelmente cemitérios de clãs de gente guerreira.

        Parecem que praticavam sacrifícios de animais, pelos ossos achados em algumas necrópoles.

        Os acompanhamentos funerários são geralmente líticos ou cerâmicos. Poucos objetos de cobre são achados. A cerâmica tem variedades e decoração pobres. São geralmente jarros, saleiros e umas poucas outras variedades de peças, geralmente ornadas por incisão e em relevo.

        Estudos antropométricos mostram uma população com altura média de 1,60 metros, superior à das demais comunidades, o que faz suspeitar ser de etnia egeu-anatólica.

        Os portadores dessa cultura não parecem ter chegado à Itália à cata de novas áreas agricultáveis, mas buscando novos veios de metais.

A Cultura de Laterza

        Típica da área apúlia materana, parece ter sido mais antiga que a do Gaudio.

        Também eles parecem ter sido clãs guerreiros de origem egeu-anatólia.

        A decoração das cerâmicas apresentam aspecto mais fantasioso e são mais diversificados os objetos encontrados. Produziram ânforas, terrinas, tigelas, jarros e xícaras com decorações muito ricas e variadas.

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O centro da península

A Cultura de Rinaldone

        Também pelo Vêneto chegaram tribos aparentadas aos da Cultura Vucedol, de origem balcânica.armas_Rinald.gif (21727 bytes)

        Dizem os arqueólogos que eles se estabeleceram na Toscana e Lácio, gerando a Cultura de Rinaldone. Ela se desenvolveu na Etrúria entre 1.850 e 1.700 a.C. Seu sítio mais antigo é o de Viterbo.

        As sociedades Rinaldone eram basicamente pastoris, transformando produtos lácteos e trabalhando lãs e peles. A agricultura também era fonte de alimentos, mas secundária.

        No sítio de Viterbo se acharam sepulcros em grutinhas artificiais, com indivíduos colocados em posição fetal. Outras sepulturas apresentam algum acompanhamento funerário e objetos de cobre, principalmente armas (machados, lâminas de punhais e alabardas).

        A Cultura de Rinaldone se diluiu na uniformidade cultural italiana que se chegou na Cultura Apenina na Idade do Bronze.

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O arco alpino

As Culturas Civate e Remedello

        Os indo-europeus pônticos da Cultura Baden-Pecel, danubiana, chegam à Itália pelo Vêneto cerca de 2.400 a.C. e se expandiram pelo norte italiano. São identificados também como italiotas ou proto-itálicos. Deles descendem os povos da Cultura de Remedello e os latino-sicanos. Mais ou menos na mesma época chegaram pela mesma via povos pônticos da Cultura de Vucedol, balcânica, ancestrais dos povos osco-umbros.

        Em Valcamonica, no norte da Itália, foram encontradas representações humanas talhadas em penedos. A distribuição irregular de estátuas na região sul-alpina sugere que também o uso de madeiras para confeccionar estátuas. De fato, em Manerba, foi encontrado um buraco para fincar poste, onde certamente havia no passado uma imagem em madeira.

        O principal aglomerado de estátuas fica nas áreas alpinas central e ocidental: Lunigiana, Val d'Aosta, Val Tellina e Alto Adige (Trentino). Eles representam tanto homens quanto mulheres. Estas são identificadas pelos seios, colares e brincos. Aqueles por portarem punhais (associados ao falo) e machados. As figuras podem representar ancestrais, heróis ou divindades, não se sabe.

        A tradição funerária é representada por sepultamentos coletivos em cavernas, abrigos rochosos e câmaras mortuárias (tradição Civate) ou por sepulturas individuais (tradição Remedello). Ambas coexistiam.

        A maioria dos sepulcros coletivos (mais modernos) estavam na área ocidental, principalmente na Lombardia, Trentino e Ligúria, enquanto sepulcros simples (mais arcaicos) geralmente estavam na planície central do rio Pó, em Remedello e na margem oriental do lago alpino de Garda. As fronteiras, todavia, não são claras e uma ou outra tradição podiam ser encontradas no território oposto.

        Na tradição de Remedello, o modo de enterramento é diferenciado segundo a idade e sexo do morto. As crianças são enterrados junto com objetos de sílex. Os adultos do sexo masculino são enterrados na posição fetal, com o rosto virado para o noroeste e acompanhados de seus punhais, arcos e flechas. As mulheres adultas são depositadas de barriga para cima e cabeça voltada para o leste. Essa regra, contudo, não era geral.

        Na encosta ocidental do monte Covolo há duas sepulturas da tradição Civate em abrigos rochosos, datadas do III milênio antes da Era Cristã. O menor, de Riparo Persi guarda fragmentos de ossos roídos por animais e uns poucos artifatos como um machado de pedra polida, cabeças de flechas, pedras de sílex e cerâmicas. Acredita-se que ela seja apenas o local em que os corpos eram deixados para serem descarnados por carnívoros, insetos e aves.

        O segundo abrigo rochoso fica em Riparo Cavallino e é uma área muito maior, onde estão ossos humanos desarticulados, certamente colocados após escarificados por animais. Sua área parece dividida em três ambientes.

        O primeiro é cercado pela parede do abrigo e um tosco muro de pedras. Nele, ossos humanos se misturam a enxovais mortuários e oferendas. Um nicho natural em um dos cantos parece que era usado como depósito especial, com potes e peças grandes de crânio humano.

        O segundo ambiente está uma pilha de ossos, contendo também contas de colar, ferramentas, sílex e uma coruja de cobre. Poucas peças de cerâmica. As bordas da pilha estão ,uito bem definidas, sugerindo que um envólucro de material perecível os continha.

        O terceiro depósito, virado para o sul, compreendia uma zona de cremação, onde foram encontrados pequenos fragmentos carbonizados de ossos e dois cilindros de cobre.

        Uma liturgia mortuária semelhante foi encontrada em Manerba. O sepulcro de Manerba, também em proteção rochosa, era composto de quatro estruturas retangulares de madeira e uma cova crematória. As câmaras de madeira sugeram áreas distintas para esqueletos limpos e ossos desarticulados.

        Esses mesmos elementos culturais são encontrados em grande parte da Europa, onde a tradição megalítica existiu.

        A complexidade ritual e a existência de estátuas mostram a importância do culto aos antepassados nessas culturas.

        Em lugar das Culturas Civate e Remedello, vai surgir a chamada Cultura Valcamonica (ou Camuniana), cujos indícios existentes são as rochas gravadas do baixo Val Camonica (Bréscia), que continua por toda a Idade do Bronze.

A Cultura proto-Golasecca

        Enquanto isso, no noroeste italiano, a Cultura de Lagozza-Chassey dá lugar a um colorido local denominado de Cultura Golasecca, origem dos povos reunidos sob a denominação gentílica de lígures.

        Na fase proto-Golasecca e inícios da Golasecca, as urnas são bicônicas e impressas com um barbante sobre a cerâmica crua. Do século VII em diante, a decoração é feita à imagem de "dentes de lobo" (feitas com triângulos tracejados e dispostos em filas horizontais), incisas com uma vareta e preenchidas, em alguns casos, com pasta branca. Ricos equipamentos de bronze começam a aparecer.

        Também dessa época são os cromlech (recintos circulares de seixos considerados sagrados e destinados à sepultura de um personagem importante para a comunidade: um líder, guerreiro, sacerdote ou deus). Em um cromlech de um infante foi encontrado um copinho, talvez um brinquedo pertencente ao menino e depositado ao lado de sua urna cinerária. Na tumba de uma senhora foi encontrado um colar com contas de âmbra, proveniente do mar Báltico, carretéis de linhas de tecer e uma taça talvez destinada a tingir tecidos.

        Dos proto-Golasecca é conhecida uma necrópole em Valdieri, distrito de Cuneo, no Piemonte.tum_ligure.jpg (13418 bytes) As tumbas dessa necrópole têm caráter monumental, reproduzindo o padrão dos povos dos Vasos de Impressão mediterrâneos. Era teria sido utilizada por um período muito longo (até a Idade Final do Bronze), tendo sido erguida sobre uma pré-existente desde a Idade Média do Bronze. Na Idade do Ferro (primeira metade do século VI a.C.), a organização estrutural do monumento se altera, com a criação de núcleos menores, com tumbas de cremação.

        Embora na região haja alguns exemplares de arte rupestre, a necrópole de Valdieri é o único exemplar piemontês de megalitismo.

        Nesses jazigos foram encontrados restos de oito pessoas, provavelmente gente de alta estirpe, dada a baixa quantidade de corpos para um período tão extenso. A presença do alicerce de uma pequena coluna parece indicar trata-se de uma área sagrada para a comunidade local. Cientistas vêm na necrópole traços de orientação astronômica. Crêem que calculassem os períodos de maior ou menor insolação, plenilúnios e outros fenômenos que influenciassem direta ou indiretamente a vida deles. Possivelmente compartilhavam o culto mediterrâneo da Deusa-Mãe.

        As comunidades se estabeleciam em oppida, povoados amplos, geralmente fortificados e situados em locais mais altos. Em seu interior, palhoças feitas de materiais perecíveis, arranjados sem ordem aparente. Assim viviam pelos séculos IX e VIII a.C.arte_ligur2.jpg (5173 bytes)

        Na primeira fase da Idade do Cobre se difunde a cerâmica de superfícies ásperas, ornadas com conchas e estrias. Também começa a se difundir a decoração por sulcos. A partir do fim do III milênio, chega à Itália a Cultura do Vaso Campaniforme, marcando uma época de grande expansão demográfica no território.

 

 

 

 

Cultura Valcamonica

        Sob esse rótulo se registra uma fase regional derivada das Culturas Remedello e Civate. A Cultura Valcamonica floresceu a partir de 2.200 a.C. nas regiões pré-apeninas.

        Nesse época, os nativos adotaram o uso de punhais e de outras peças de cobre em seu dia-a-dia.

        Sua cerâmica era a dos Vasos Campaniformes, chegados do sul da França e Suiça. Elas eram inicialmente reservadas às classes mais ricas e ornadas com motivos cordiformes. Pouco a pouco, vão recebendo influências das técnicas decorativas ródano-provençais: figuras triangulares, zigue-zagues ou denteados em relevo.

        Também a doma de cavalos é introduzida na área.

        Nas cavernas camunianas foram encontrados milhares de petróglifos, alguns remontando ao século XV a.C.

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As culturas sardas

A cultura Abealzu-Filigosa

        Um número discreto de sítios Ozieri guardava uma pequena quantidade de objetos metálicos (em prata e cobre), datados de antes do IV milênio a.C. Emboras tais objetos possam ter sido importados, três cabanas no vilarejo de Su Coddu (Selargius) mostram indício de um ativo polo de extração e processamento de metais no Neolítico Final.

        A Idade do Cobre sarda coincide mais ou menos com o III milênio a.C. Por volta de 2.700 a.C., os vasos já não apresentam mais o gosto pela ornamentação. Nesse momento proliferam subculturas que não passam de variações regionais da Cultura Ozieri e que preparam o caminho para a era nurágica.  

        Duas dessas culturas pré-nurágicas, as de Abealzu e de Filigosa (c. 2.700-2.500 a.C.), são conhecidas em alguns poucos sítios na Sardenha central e setentrional.

        A grande diferença entre essas culturas reside na forma de decoração cerâmica. A primeira não apresenta decoração por impressão ou por grafitti, mas apenas esboços mamais. Os de Filigosa apresentam motivos impressos e grafittis, ambos muito rústicos.

        O megalitismo continuou a se desenvolver, como se vê no místico templo de terraço do Monte Accoddi, nos subúrbios de Sassari. Ele fica numa colina artificial, semelhante aos ziqqurath mesopotâmicos ou os tell do Oriente Médio. Era provavelmente dedicado a alguma divindade sideral, talvez o Sol. Decerto em seu topo se realizariam em rituais religiosos, talvez envolvendo sacrifícios. Chegava-se ao topo por uma rampa, ao lado da qual ainda se vê hoje um altar sacrificial, feito de pedra calcária.

        Outra construção impressionante é a estátua-menir de Laconi. Sobre o menir foram esculpidas espadas, cornos taurinos e olhos. Parece não representar uma divindade, mas algum herói ou guerreiro mitológico daquelas pessoas.

        Nessas culturas, a arquitetura de megalitos também se materializava em estrutura defensivas.

A cultura Monte Carlo

        Mais ou menos na mesma época (c. 2.500 a.C.) surge a Cultura de Monte Claro, predominante no sul da ilha, dado que 80% dos sítios dessa cultura estão localizados ao sul do golfo de Oristano. Ela se desenvolveu por um período curto (c. 2.000-1.800 a.C.) e foi caracterizada pelo emprego de técnicas avançadas de megalitismo, usadas para erguer muros protetores em volta de cidades e de espaços abertos.

        Um barco encontrado numa caverna em Murruccu (Urzulei) combina traços das culturas de Abealzu e de Monte Claro, embora seu padrão artesanal e decorativo seja típico da Cultura Monte Claro.

        Em vários lugares, sepulturas Monte Claro contém indivíduos na posição fetal virtualmente idêntica ao do exemplar de Bonu Ighinu achado em Cuccuru S'Arriu (Cabras). É igualmente instrutiva a transformação de uma cova em cista achada em Su Cuaddu de Nixias (Lunamatrona) em Tumba de Gigante, combinando duas antigas tradições neolíticas: a de cistas e a de galeria.

        A cultura megalítica de Monte Claro segue em paralelo ao desenvolvimento da de Abealzu-Filigosa. Em Monte Baranta (Olmedo), um cercado fortificado está estrategicamente localizado num platô acima de um vale fértil e fontes de água. Um círculo de menires demonstra a continuidade do período Ozieri, enquanto uma área cercada em forma de ferradura, provavelmente por postes de madeira a título de muro é um protótipo dos nuraghi mais antigos.

        Também a vilda de Biriai (Oliena), composta de cabanas retangulares, várioas das quais antecipam o tipo megaron de templo da vizinha Serra Orrios (Dorgali) e S'Arcu e Is Forros (Villagrande), antecipando as áreas sagradas nurágicas e as modernas cumbessias.

        A existência de muros defensivos indica que eram tempos perigosos.

        Devido ao constante contato com o continente, tanto a arquitetura quanto a cerâmica de Monte Claro têm traços similares aos da Cultura de Fontbouise, do sul da França, e a de Piano Conte (sul da Itália e Sicília), ambas do período de c. 3.500-3.000 a.C. São peças grandes, têm forma cilíndrica e decoração, mesmo que bastante simples.

        O material da Cultura do Vaso Campaniforme cobre vasto período, mostrando contínuas relações com o Mediterrâneo ocidental. Parece que a Sardenha foi o intermediário que trouxe a técnica do Vaso Campaniforme para a Sicília e Toscânia.

A cultura do Vaso Campaniforme

        Por volta de 2.000 a.C., chegava à Sardenha a Cultura do Vaso Campaniforme, seja fruto de imigração maciça de tribos, seja mera importação das novas técnicas continentais.

        Essa gente era belicosa, como comprovam os brassard (bracelete de arqueiro), encontrados nas tumbas junto aos colares de conchas.

        Há materiais desse estilo cerâmico na sepultura de fossa de Santa Cristina (Bréscia) e no depósito litúrgico de Fosso Conicchio (Viterbo), além da tumba chamada "da viúva" de Ponte San Pietro (Viterbo), da cultura de Rinaldone.

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