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As primeiras ocupações humanas

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O Surgimento de Roma

Introdução

        O Lácio já era habitado desde o Neolítico por povos de ritual fúnebre de inumação, certamente do mesmo estoque humano ligure que os etruscos.

       Na Idade do Ferro chegaram os Villanovas, que se mesclaram com as populações indígenas. Nessa região ficaram coexistindo grupos que praticavam rituais de inumação e outros de cremação. Aquelas comunidades do ritual crematório depositavam as cinzas em urnas com formatos miniaturizados de suas choças redondas.

        Eles se estabeleceram em oppida (agrupamento de residências cercadas com fossos de terra e paliçada) nos topos das colinas próximas à foz do Tibre. Havia oppidum sobre as colinas Palatino, Esquilino, Quirinal, Viminal, Capitólio, Aventino e Célio. Nos cumes Germal e Palatual (no Palatino) se achou restos de uma vila do século VIII a.C. Outras aldeias da mesma época foram encontradas sobre os montes Fagutal, Oppius, Cispius (no Esquilino) e Querquetual (no Célio). No Quirinal e Viminal se instalaram povos villanovas de lingua do grupo sabélico: os sabinos.

        As choupanas de junco e palha das oppida eram chamadas de tuguria. Eram redondas ou ovais, com tetos cônicos sustentados por postes de madeira, continuando a tradição villanova. Nesses vilarejos existia um espaço denominado arx, usado para fins militares e religiosos.

        O dia-a-dia dos habitantes das aldeias ficava entre a atividade de pastoreio e a de saque dos vizinhos.

        Essas cerca de quarenta comunidades elegiam anualmente um rei comum, encarregado dos ritos religiosos, dos sacrifícios e de organizar as festas, herança dos etruscos e semente dos banquetes romanos. As comunidades formavam uma confederação muito débil, iniciada na celebração do Festival de Joves Lacial, no monte Cavo, o ponto mais alto dos montes Albanos. A maioria dessas comunidades era tributária dos etruscos, em cuja civilização se miravam e procuravam imitar.

        Comerciantes da Etrúria fundaram um entreposto comercial às margens do rio Tibre, a 30 quilômetros de sua foz. Ao redor dele, os latinos que trabalhavam na carga e descarga dos navios e no transporte das mercadorias para o interior e para a Campânia foram construindo suas casas e armazéns. Nascia, assim, a cidade de Rumon (hoje Roma).

        Em que pese sua admiração pera civilização etrusca, os latinos falavam um dialeto do proto-itálico chamado latim.

A sociedade na oppidum Roma

        O oppidum de Roma logo anexou à sua órbita as comunidades do Quirinal e do Capitólio. Em volta dela foi construído muralhas do tipo etrusco. Seu governo era escolhido pelas vilas federadas. Ali governaram etruscos (Tarquínio Prisco e seu filho Tarquínio Soberbo), sabinos (Numa Pompílio e Anco Márcio) e latinos (o lendário Rômulo e Sérvio Túlio).

        Nessa sociedade, as relações sociais eram governadas pelo princípio da pietas, instituição, talvez etrusca, de veneração aos deuses e dedicação e à família. A primeira era satisfeita pela estrita observância dos ritos e sacrifícios. A veneração às divindades também se manifestava no desejo de conhecer seus desígnios. Para tanto, praticavam a arte da adivinhação pelo exame das vísceras de animais, dos raios nas tempestades e dos vôos dos pássaros. O generais recusavam entrar em batalhas se os deuses não manifestassem a previsão de vitória. Os camponeses não plantavam sem indícios divinos de boas safras.

        No seio da família, a pietas se manifestava na forma de respeito pelos velhos e demais membros da família. A autoridade ficava a cargo do paterfamilias, geralmente o ancião mais velho entre todos, nas diversas linhas de parentesco. Sua autoridade era ilimitada e irrecorrível, chegando ao poder de mandar matar os parentes rebelados ou desobedientes.

        Enquanto o paterfamilias vivesse, a maioridade e independência não chegava a nenhum membro da família. Dessa maneira, os membros da família não podiam escolher uma esposa ou marido, uma carreira a seguir ou qualquer outro ato jurídico sem o aval do paterfamilias. Isso explica a generalização do patricídio.

        O parentesco não era biológico, mas um ato de vontade do pai. Engeitada, a criança muitas vezes era criada pelos servos e se tornava escrava da casa. Uma criança adotada assumia todos os direitos de um filho, inclusive a perpetuação da estirpe. Podia-se também adotar pessoa adulta. Nesse caso, se o adotado recebesse uma herança de terceiros, essa herança passaria ao adotante, pois o adotado passou a ser parte da família do adotante e, portanto, sujeito ao paterfamilias.

        Os escravos libertados tinham exatamente os mesmos direitos e aceitação dos demais membros da família. Alguns libertos conseguiram tornar seus filhos até senadores.

        Embora culturalmente ligados aos etruscos, em cuja sociedade a mulher gozava de igualdade de direitos em relação aos homens, entre os romanos as mulheres não tinham qualquer relevância política, mas podiam perfeitamente ser a administradora do lar, conceito que incluía os bens da famílias, inclusive fazendas, cidades de porte médio ou enorme escravatura. Na ausência do marido, providenciavam a aquisição de bens, vendas de safras e até a organização da defesa armada das propriedades da família. Entretanto, lhes era negado o acesso a cargo político, senatorial, militar ou na magistratura.

        No período que permeia 625 e 575 a.C., os etruscos providenciaram a drenagem dos brejos entre as colinas, incorporando novas terras à produção agrícola.

        O enriquecimento de Roma atraiu artesãos e comerciantes, embrião da plebe latina. Os etruscos formaram a aristocracia local, os chamados patrícios. Esses eram divididos em gentes, agrupamentos de famílias nobres, sem traço de que algum mebro tenha sido anteriormente escravo. As gentes tinhamseu culto familiar, um paterfamilias, um sepulcro comum à família e um conjunto de clentes.

        Os filhos das melhores famílias íam receber educação na civilizada terra dos etruscos. Lá tomavam contato com o alfabeto, a cultura e as letras gregas.

        Os clientes provinham tanto do substrato villanoviano quanto de famílias que por vicissitutes da vida tenham perdido a condição de patrícias. Os clientes, embora serviças dos patrícios, estavam associados à religião da família e tomavam parte em seus cultos. Era considerado membro da família por adoção e usava o sobrenome da família patrícia.

        A base livre da sociedade era formada pelos plebeus, que viviam no âmbito das cidades, mas não gozavam de direitos políticos ou civis, não tinham cultos ou antepassados comuns. Provinham geralmente das aldeias vizinhas conquistadas, no Quirinal, Viminal e Capitólio, assim como das populações transferidas do Aventino para Roma. Também os clientes que se desligaram dos patrícios pela extinção da família e estrangeiros residentes em Roma pertenciam a essa classe. Em suma, contingentes estranhos à população primitiva da cidade.

Expansão militar

        Treinados pelos etruscos para servirem em seus exércitos, Roma formou excelentes guerreiros. E, quando os etruscos perderam poder em seus confrontos com os gregos do sul da Itália, os romanos se tornaram a única força capaz de se opor aos gregos e começou a expandir seu território.

        Já no século V a.C., quando os toscanos perderam sua força, os latinos se organizaram numa liga de oposição a Roma e proclamaram sua independência. Os romanos venceram os latinos na batalha do rio Regilo, mas foram obrigados a firmar um pacto segundo o qual o exército da federação romana alternaria um general latino e outro romano. Dessa gente latina, principalmente das oppida de Iavinium e Tusculum, os romanos adotaram os deuses gêmeos Castor e Pollux para patronos de sua cavalaria.

        Essa nova federação ameaçava e foi atacada por sabinos, équos e volscos, além dos etruscos de Veios. Ademais, os sabélicos da Itália central passaram a exercer pressão sobre Roma quando marcharam dos Apeninos Centrais sobre as planícies férteis e as cidades costeiras. Vencendo as guerras sobre todas essas gentes, o território romano se estendeu para o sul.

        Os romanos foram atacados por exércitos compostos de mercenários galeses, egressos de povos celtas que chegavam em granbde número da Provença francesa para o norte da Itália, especialmente a planície padana. Em 390 a.C, Roma cai em mãos desses exércitos e é saqueada. Os latinos vizinhos aproveitam da fraqueza de Roma para declarar independência uma segunda vez. Em resposta, os romanos fortificam sua capital, rearmam e reorganizam seus exércitos. Nos dois séculos seguintes, a tarefa dos romanos foi tomar a Itália, da Etrúria à Campânia, estendendo

 

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Leitura suplementar

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Administrador: Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva