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S�o esp�ritos de vaqueiros, posseiros, capatazes, cangaceiros e esp�ritos afins. Sabem que a pr�tica da caridade os levar� a evolu��o, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candombl�. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade s�o bem diferentes em suas fun��es. Formam uma linha mais recente de esp�ritos, pois j� viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos.  Esses esp�ritos j� conviveram em sua ultima encarna��o com a inven��o da roda, do ferro, das armas de fogo e com  a pr�tica da magia na terra.

Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas inven��es nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. S�o rudes nas suas incorpora��es, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade n�o � a consulta como os Preto-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de rem�dios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. � de extrema import�ncia essa fun��o pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer altera��o de energia local (entrada de esp�ritos).

Quando bradam alto e r�pido, com tom de ordem, est�o na verdade ordenando a esp�ritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a pr�tica da caridade continue sem altera��es, j� que a presen�a desses esp�ritos muitas vezes interferem nas consultas de m�diuns conscientes. Esses esp�ritos atendem a boiadeiros pela demonstra��o de coragem que os mesmos lhes passam e s�o levados por eles para locais pr�prios de doutrina.

Outra grande fun��o de um boiadeiro � manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas m�diuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus m�diuns nas situa��es perigosas.  S�o verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um m�dium que ele goste.  "Gostar" para um boiadeiro, � ver no seu m�dium coragem, lealdade e honestidade, a� sim � considerado por ele "filho".  Pois ser filho de boiadeiro n�o � s� t�-lo na coroa.

Trabalham tamb�m para Orix�s, mais mesmo assim, n�o mudam sua finalidade de trabalho e s�o muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, a energia emanada pelo Orix� para quem trabalha � apenas um crit�rio interno e obrigat�rio dentro do pr�prio "Ori" - pois na verdade todos s�o bra�os de Omul�. Exemplificando essa id�ia:  Um boiadeiro que trabalhe para Ogum � praticamente igual a um que trabalhe para Oxossi, apenas cumprem ordens de Orix�s diferentes, n�o absorvendo no entanto as caracter�sticas deles.

Dentro dessa linha a diversidade encontram-se na idade dos boiadeiros.  Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regi�es por exemplo:  Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...