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Como ver a Umbanda?

Autor: Jos� Queid Tufaile

Com que olhos devemos olhar a Umbanda?! Como uma fam�lia de irm�os, respondemos! Acontece que, pela ignor�ncia da sociedade, frequentemente nos meios de comunica��o o Espiritismo � confundido com a Umbanda. E pior, n�o com a Umbanda genu�na, mas com o popularismo umbandista, que � o sincretismo e mediunismo praticado em sua pior forma.

Como dissemos no princ�pio desse trabalho, somos uma comunidade com caracter�sticas s�cio-culturais muito diversificadas.Temos visto coment�rios e escritos confusos a respeito da Umbanda. Em geral, colocam Candombl�, Quimbanda, Canger�, Catimb� e outras variantes hist�ricas, que constituem a maior parte da pr�ticas de terreiros, num mesmo patamar.

Muitos acreditam que estes amontoados de velas, garrafas de aguardente, charutos e outras bugigangas que frequentemente se encontram nas praias, encruzilhadas e ruas das cidades � Umbanda. Enganam-se! Os despachos e o vasto com�rcio de interesses que se observa com nome de Umbanda, nada t�m a ver com ela.

Por n�o possuir um corpo doutrin�rio codificado, de acesso aos adeptos, a Umbanda mistura-se aos cultos que lhe deram origem, tomando uma fei��o que em verdade n�o tem.

Nas nossas sess�es pr�ticas de Espiritismo buscamos entrar em contado com os Esp�ritos que militam nesse campo de a��o para sondar-lhes os pensamentos. Ligadas a esse trabalho, conhecemos todo tipo de entidades. Das mais grosseiras criaturas at� o contato com Esp�ritos que nos pareceram bem elevados.

Dos mais imperfeitos, colhemos experi�ncias mais ou menos parecidas com aquelas que viriam de homens grosseiros, maldosos. Dos Esp�ritos medianos, tiramos informa��es tamb�m parecidas com aquelas que nos passariam um homem comum: h�bitos terrenos, costumes, apego � vida material e ritos. Dos superiores, embora se apresentassem em algumas ocasi�es como �ndios ou como negros, tivemos a mais salutar impress�o. Pensamentos elevados, nenhum apego a rituais primitivos e capacidade de solucionar e orientar a maioria dos problemas de ordem humana.

Interrogamos os Esp�ritos que nos pareceram mais desmaterializados a respeito de muitos aspectos da pr�tica umbandista e suas respostas foram sempre l�gicas, n�o nos deixando d�vidas acerca das quest�es formuladas.

Entre os Esp�ritos inferiores que militam em terreiros, achamos contradi��es e embustes de toda ordem. Tivemos contato com entidades habitantes do baixo mundo astral, com fei��es distorcidas ou animalescas. A presen�a dessas criaturas sempre foi controlada por Esp�ritos bondosos, que usando de auxiliares, mantinham-nos comportados e em atitude de colabora��o.

Entre os superiores, achamos alguns Esp�ritos tamb�m um pouco estranhos. N�o quanto ao pensamento, mas pela autoridade que pareciam possuir e ainda o pelo conhecimento que demonstraram ter quanto � estrutura do mundo invis�vel. Colhemos deles a mais agrad�vel impress�o. Nunca foram contr�rios �s nossas pr�ticas e sempre quando se dirigiam ao nome do codificador, Allan Kardec, o faziam com especial rever�ncia.

Interrogados a respeito de processos de baixa magia, em nenhuma ocasi�o nos disseram ser necess�rio procedermos utilizando de rituais para realizar o "desconjuro". Explicaram que rituais podem ser usados para desmanchar certos arranjos hipn�ticos feitos por Esp�ritos inferiores que se dedicam a isso, mas que um grupo esp�rita bem preparado moralmente, instru�do intelectualmente e assistido por Esp�ritos bons, de nada material necessita. S� o processo de desobsess�o segundo o modelo ensinado por Allan Kardec, respeitando certas limita��es de entidades em fase prim�ria. Para n�s, em nada contrariaram a Codifica��o. Existe muito folclore em torno da Umbanda, muita hist�ria, muitas pr�ticas desnecess�rias e escolhos de toda esp�cie. Alguns disseram que ela seria a �nica religi�o verdadeira (todos dizem que a sua o � ); outros, que ela � a seara de altos mestres da Espiritualidade.

N�o achamos nada disso! Na Umbanda, como no Espiritismo, existem pessoas e Esp�ritos que sabem o que est�o fazendo e outros que n�o tem a menor id�ia da gravidade das manifesta��es. H� seres honestos e desonestos, humildes e orgulhosos; verdades e mentiras, faltas e excessos. � um campo de a��o espiritual como outros tantos. Ali, como em qualquer outro lugar, pode-se obrar tanto o bem como o mal.

Fora da linha do seu pensamento, tudo o que se auto-denomina Umbanda carece de melhoramento, e n�o � pouco! Os umbandistas verdadeiros devem trabalhar para o progresso de seu culto, por uma Umbanda crist�, evangelizada, sem sacrif�cios, sem rituais excessivos, sem exus! Assim poder� atender aos objetivos para os quais nasceu que � fazer com que os trabalhos espirituais primitivos possam progredir no mundo das id�ias, afastando-se da faixa de atraso e ignor�ncia cada vez mais, atrav�s dos ensinamentos da moral crist�.

Por �ltimo, lembrar que todos estamos em n�veis evolutivos diferentes, estando portanto em diferentes est�gios de entendimento. Compreender isso � fundamental para que possamos exercitar o respeito aos nossos irm�os, quaisquer que sejam suas cren�as.