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Trancri��o sobre Exu na UmbandaTranscri��es sobre
EXU na Umbanda. Fundamentos Africanistas, as interpreta��es firmam-se numa dupla conceitua��o de Exu. Fato que origina comumente, uma confus�o explicativa entre os participantes, devendo, em cada caso, situar o problema em seus devidos lugares. Seja na Umbanda, como modalidade de espiritismo medi�nico*(Veja no final do texto observa��o do autor) ou seja, nos cultos Afro- Brasileiros com suas divindades da natureza. S�o compreens�es diferentes que n�o se devem confundir porque divergentes em suas cultua��es e entendimentos. Basta ver que nos Candombl�s, com sua base de Africanismo, consideram EXU como ORIX� desobediente, capaz de perturbar as cerim�nias, por isso devendo ser afastado, n�o s� dos trabalhos, como da localiza��o dos "Quartos de Santos" (Jar� de Orix�). Da� ter a sua casa trancada a chave e com cadeado, num simbolismo dessa pris�o, a qual fica pr�xima da entrada, por fora do pr�dio onde se realizam os rituais, e sem estar sob o mesmo teto que os Orix�s, raz�o ainda porque lhe s�o ofertados os primeiros sacrif�cios para evitar quaisquer interfer�ncias ou perturba��es nos trabalhos a desenvolver. Surge, assim um fundamento por todos aceitos, permitindo ordenar alguns conceitos prim�rios de que, aceitando ofertas e executando trabalhos, s�o dotados de algum conhecimento pelas suas manifesta��es, n�o sendo somente for�as da natureza, mas n�o, necessariamente, almas humanas, num sentido reencarnacionista, sem levar em conta, ainda a explica��o do fundamento africano em sua irmandade com outros Orix�s. Assim na cultua��o africanista a compreens�o de Exu � pouco vari�vel. Sendo considerado um mensageiro dos Orix�s, sem vontade pr�pria, um "empregado" sempre disposto ao servi�o, conseq�entemente agindo conforme o pedido, a inten��o ou o "agrado" das ofertas. � uma for�a a ser mobilizada, sem a qual n�o se iniciam os trabalhos, pois lhes cabe dar seguran�a nas tarefas, limpar o ambiente ou abrir os caminhos, o que n�o se consegue sem sua permiss�o. � um guardi�o, uma sentinela pela qual se tem de passar, cumprimentar e agradecer. Nos Templos de Umbanda, embora aja alguma liga��o nesse modo de entender, as concep��es diferem fundamentalmente, seja pela influencias das correntes espiritualistas, inclusive o cardecismo e o orientalismo, seja por que o fundamento africanista vai-se diluindo no tempo, com o passar dos anos, seja, ainda mais, pela raz�o dos dirigentes n�o terem recebido a cultua��o dos antepassados, basta ver que, em sua maioria, s�o rec�m ingressos na umbanda ou n�o tiveram forma��o africanista e muitos s�o europeus ou de outros continentes, vindo assim de outras correntes religiosas. A influencia das varias origens religiosas e, praticas e rituais de magias diferentes contribuem para dificultar o entendimento, notamos que a maior confus�o surge com certas explica��es estruturando reinos de Exu e linhas de Quimbanda, de mistura de aspectos africanistas e orientalistas, tomando por base geral conceitos regionalistas de grupos que variam entre si. N�o h� denominador comum, pois, cada um quer ser dono da verdade, e n�o abre m�os de seu modo de entender. Torna-se dif�cil, assim, tentar uma interpreta��o geral. No �mbito da Umbanda, onde n�o se faz sentir a influencia Africanista preponderante, h� outras concep��es bem diversas, surgindo conceitua��es que exigem esclarecimentos, como a do Exu Pag�o e do Exu Batizado, bem assim a confus�o com Qui�mbas (Ki�mbas) pelos menos afeitos aos fundamentos tradicionalistas. Penetra-se num campo de vidas anteriores, portanto de no��o reencarnacionista, e como tal, de alma humana, esbo�ando etapas de evolu��o em fun��o do passado que delineiam as atua��es do presente, num entrosamento seletivo com a inten��o dos trabalhos, com sensibilidade mais n�tida perante os consulentes, indo numa escala desde a Magia Negra, da Quimbanda, aos trabalhos para o bem, portanto, numa afinidade baseada na cren�a de que tudo age num campo de vibra��es mais densas ou menos densas de varias Magias. Ressaltando que s�o servi�os exigindo uma for�a semi- material para trabalhar nessas �reas poderosas, onde se situam pot�ncias mal�ficas, precisando, para combate-las, de Guardi�es que se afinizam a esses meios por suas vibra��es. S�o varias as entidades que trabalham sob a denomina��o de Exu, e n�o poucas, como alguns conhecem ou pensam. Cada um, cada lugar tem o seu Guardi�o, o seu Exu, que deve ser convocado para agir naquele campo de vibra��es densas, pois tudo existe e age conforme a afinidade de cada meio e de acordo com a mente dos participantes, seja para o Bem, seja para o Mal. Entrosa-se assim, num complexo reencarnat�rio, de grau de evolu��o, de inten��o e de prova mostrando uma seq��ncia de comportamentos. Refere com seguran�a Lilia Ribeiro: "A representa��o que os Africanos davam a Exu ( cole��o Arthur Ramos) nada tem em comum com as figuras diab�licas que a ignor�ncia idealizou para representar essa entidade. Usando indevidamente o nome de Exu, procuram alguns realizar trabalhos de Magia dirigidas contra Irm�os- culpados ou inocentes que sejam- e utilizando, com requintes de maldade, aves e animais, estes seguramente inocentes. Na realidade, o que est� agindo e o esp�rito atrasado, o sub consciente maldoso, o sadismo do pr�prio ser humano, pois a mediunidade � um Dom e s� pode ser dirigida para o Bem. � justamente contra as influencias mal�ficas o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em a��o o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando traze-los para suas falanges que trabalham visando a pr�pria evolu��o". Excetuando alguns meios de Umbanda, onde encontramos, por vezes para Exu, o fundamento Africanista n�tido, na maioria, h� uma jun��o em torno do conceito Exu alma, da� a denomina��o de Exu Pag�o � tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolu��o, trabalhando na Magia do Mal e para o Mal, em pleno reino da Quimbanda, sem que, necessariamente, n�o possa ser despertado para evoluir de condi��o. J� o Exu Batizado, caracteristicamente definido como Alma Humana, sensibilizada pelo Bem, palmilhando num caminho de evolu��o, trabalha, como se diz, para o Bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser for�a que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos Reinos da Marginalidade. H�, portanto uma liga��o muito acentuada de escalas de evolu��o e situa��o espiritual, pois muitos revelam conhecimentos ou demonstram poderes curativos, distanciando-se do enquadramento de "Agentes do Mal", numa progress�o dentro do terreiro, feita atrav�s da mediunidade de seus "cavalos", no dizer comum, que tamb�m evoluem paralelamente. N�o se deve, entretanto, confundir Exu com esp�rito zombeteiro, mistificador ou equivalentes, porque estes pertencem a outra classifica��o, como esp�ritos leg�timos que o s�o, da� a denomina��o especificas de Qui�mbas(Ki�mbas), definindo-se de modo preciso esses esp�ritos obsessores ou perturbadores, pass�veis de evolu��o quando doutrinados ou esclarecidos da situa��o em que se encontram, embora pretendam mistificar com outras individualiza��es, iludindo os presentes, chegando, por vezes, a usar nomes conhecidos como "Guias". S�o assim, diversas for�as em suas manifesta��es caracter�sticas que n�o devem confundir, que embora conhecidas e procuradas, mais ainda respeitadas, n�o s�o bem compreendidas no que representam. S�o for�as ainda necess�rias de serem convocadas porque grande � o campo do Mal para o Mal. Cada campo de atividade exige a vibra��o que lhe � peculiar, aquela com a qual pode sintonizar, porque os Semelhantes Atraem os Semelhantes. Quando alguns alegam que foram mistificados num Terreiro, ou enganados na consulta feita a certas entidades, esquecem, tamb�m que, nem sempre as atra��es eram sempre condizentes, estavam em rela��o com as inten��es, assim, quem busca o Mal, se pretende mistificar como consulente, para o malef�cio ou preju�zo do pr�ximo, corre o risco de receber a correspond�ncia vibrat�ria na mesma escala; foi procurar Magia e n�o um culto, o interesse imediato e subalterno, e n�o o aperfei�oamento que repousa numa religi�o. Concluindo nossas considera��es sobre as diversas interpreta��es dadas a Exu, queremos esclarecer que s�o processos de Magia, e como tal, de pensamento e a��o num movimento constante, de comportamento em ambientes com rituais apropriados, procurando obter efeitos desejados; bem como queremos situar algumas denomina��es usuais, em nosso meio, tendo em vista as interpreta��es das mesmas, que se confundem nas compreens�es dos adeptos, pelos v�rios cultos de origem. EXU, �S� ( ou Esch�, como alguns escreviam ou ainda ICH�) � um termo da l�ngua Ioruba, falada na Nig�ria, significando divindade do mal ou buli�osa. � um nome que nos foi trazido pelo escravo africano, entre os elementos do culto de origem qu�to(KETU), ou nag�, como chamavam na Bahia, sendo que, nos de origem j�j� (EWE) � chamado de Legba. �-lhe dedicada a 2� feira, como primeiro dia da semana, tendo os seus fetiches em barro, ferro ou madeira, quase sempre com caracter�sticas f�licas, al�m do seu ot� (pedra). Quando se realiza um servi�o nesse campo dizem que � um "trabalho de esquerda", sendo que lhe chamam afetuosamente de "compadre", quando em servi�o benfeitor, n�o tendo sempre o car�ter demon�aco que alguns lhe atribuem exclusivamente. A exuber�ncia dos cultos nag�s e a tradicionalidade dos seus rituais influ�ram decisivamente no fortalecimento dessa denomina��o, de modo que a palavra EXU absorveu os correspondentes nos cultos de Angola e Congo, como sejam, entre outros: ALUVAI�, que ainda se ouve em alguns c�nticos, tendo desaparecido a express�o Cariapemba. O lado feminino conseguiu manter-se atrav�s da corruptela- Pomba Gira- proveniente do termo Bombogira, de origem Congo. Pomba Gira � explicado como sendo um esp�rito inferior, na maior parte dos casos estacion�rio, com o mesmo cortejo f�lico e de vibra��es densas, querendo ser comprada, por ser a mulher mais perseverante no seu conservadorismo, mas, algumas aceitam o caminho evolutivo, dependendo muito do m�dium que a incorporam. S�o concep��es dualistas de sentido masculino e feminino, como noutras formas religiosas chama-se S�CUBOS e �NCUBOS, inclusive dentro do mesmo sentido. Compreende assim quatro sentidos diferentes para os v�rios aspectos englobados sob a denomina��o geral de EXU. 1) Orix� desobediente qual anjo deca�do; 2) Alma ligada ainda � natureza; 3) Esp�rito mal�fico estacion�rio; 4) Esp�rito em caminho
de evolu��o. *Conforme explica��o do autor: A- Esp�rita- O que tem rela��o
com o espiritismo, adepto do espiritismo; aquele que cr� nas manifesta��es
dos "esp�ritos" ( Allan Kardec, " O Livro dos M�diuns", 21� ed. P�g. 411).
E a prova disso � que ele ( o espiritismo) conta entre os seus aderentes
homens de todas as cren�as, que por esse fato n�o renunciaram as suas
convic��es; cat�licos fervorosos que n�o deixam de praticar todos os deveres
do seu culto, quando a igreja n�o os repele; protestantes de todas as
seitas, israelitas, e mesmos budistas e bramanistas" ( Allan Kardec, "
O que � o Espiritismo". 10� ed. P�g. 85). " Pode-se, portanto, ser cat�lico,
ortodoxo ou romano, protestante, judeu e crer nas manifesta��es dos esp�ritos
e ser, conseq�entemente, esp�rita. A prova � que o espiritismo tem aderentes
em todas as seitas". ( Allan Kardec, " Le Speritisme � as p�los simple
expression" 150e. Mille, p�g. 15). Kardek igualmente escreveu " ( O Livro
dos M�diuns, 21� ed. Cap. XXXll, p�g. 411) que todo esp�rita � espiritualista,
mas nem todo espiritualista � esp�rita. Que a Paz e a Luz, iluminem nossos
caminhos.
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