Olhão Capital da Ria Formosa



Dez anos depois da nova demarcação da área da freguesia de Olhão, em 1732, a aldeia já tinha 1016 habitantes, em 333 fogos. E anunciava um período de grande progresso económico e social, que faria dela em praticamente cem anos uma grande e próspera aldeia. Em 1758 já partiam de Olhão 30 barcos para a pesca fora da Ria Formosa, com tripulações que perfaziam 500 homens e não poucas embarcações mais pequenas pescavam diariamente nas águas da própria Ria, já igualmente havia para a inevitável cobrança dos impostos "dois escrivães, um tesoureiro ou administrador das fazendas do almo xarifado da Pastagem do Pescado , com mais dois guardas" senhores únicos dos seus destinos podendo em toda a plenitude o valor do mutuo auxilio e tomando de vez consciência do seu real valor económico e social, os pescadores olhanenses ganhavam uma confiança no seu esforço e uma fé no seu futuro, que não só fortaleceriam ainda o seu inato espirito de independência e o seu bairrismo já acentuado como lhe davam audácia para todas as aventuras por mais temíveis em terra e no mar. è por esta altura que a pesca começa a ter o incremento que em poucos anos fazia de Olhão uma prospera industria local ou mesmo regional, exercida muito para alem das águas nacionais, pois atingia as águas do continente Africano, começando também a navegação de cabotagem transportando em pequenos caíques os produtos algarvios de terra e mar para os portos mais próximos do Mediterrâneo e da costa Ocidental de Portugal. Tudo isto iria provocar o definitivo desenvolvimento urbanístico e social, causando um maior progresso económico da pequena aldeia.
A pesca, a navegação de cabotagem e o contrabando levaram que em 1790 já quase todas as cabanas cobertas de palha se transformassem em casas de pedra e cal, em 1802 o número de fogos subia para 1133.